Ag o n i a

Olha, querida, se fosse pra resolver a parada, nossa crise, esse lamentável desentendimento e "otras cositas mas", eu iria te dizer, olhos nos olhos, que tudo se deveu a minha agonia, uma mera agonia, sabe? Entenda, por favor, que se eu tentasse averiguar, entender, analisar os porquês, por mais que eu me esforçasse, creia, eu jamais conseguiria, seria uma vã tentativa, um constrangimento, um fracasso.

E, acredite, aqui bem dentro do meu coração, eu sei - e sinto - que se esse impasse continuar eu vou morrer, estou morrendo a cada dia...

Sou incapaz, confesso, de perceber que talvez - queira Deus - a gente vá se encontar para viver outra folia, vencendo a agonia.

Sim, amor, tenho esperança - o sonho do homem acordado - que um dia eu vou até pensar que é festa e, pasme, vou dançar e cantar. Essa esperança é como se fosse a minha garantia. Tem mais: com essa minha euforia tenho certeza que vou contagiar muitos corações...

Com certeza, meu bem, mesmo com a amargura que cresce com o fluir do tempo, estpa escrito nas estrelas que a gente ainda vai seencontrar para viver outra grande e maravilhosa folia. Basta de agonia. Agora é dar tempo ao tempo e ficarmos nos guardando para, como disse aquele compositor que os coxinhas anão gostam, quando o carnaval chegar. O grande carnaval de verdade.

PS: Pois é, diante da agonia do noticiário, Laures delata ou não delata, TSE cassa ou não cassa, jaguatirica está comendo marrecos, Cunha está nervoso, Aécio está uma fera... É muito melhor ouvir uma bela canção de amor. Foi o que fiz, ouvi a musica de Mongol que Osvaldo Montenegro cantou maravilhosamente eganhou um festival. Tentei fazer dela auma gambiarra de crônica. Inté.