Madame Bovary não era tucana

Era só o que faltava: os tucanos pela boca de Manaus, ou seja, do ministro das relações exteriores do golpe, Aluísio Nunes, aquele carinha muito simpático que vive mastiando pimenta malaquêta, sempre com raiva (aliás, não entendi porque departamento de propinas da Odebrecht botou nele o apelido de Manaus), meteram Emma Bovary, a personagem central de um romance de Flaubert, na crise. Manaus afirmou excitado, frenéticoe num frisson raivoso que o PSDB não era Madame Bovary.

Ele que está temendo uma debanda dos tucanos do barco do Temer, quer se manter no cargo, quis dizer que os tucanos não iriam trair o chefe de Laures (que foi encanado hoje). Isso porque a personagem do romance trai o marido. Manaus errou, é péssimo leitor. A traição de Emma Bovary não se deveu à desonestidade, caixa dois, corrupção e nem golpe. Flaubert que se inspirou num fato verídico conta a fraqueza humana de uma mulher que se deslumbrou com a cidade grande, com a moda, que se iludiu com a conversa de outro homem, não soube conter sua vontade de escapar a uma vida de tédio. Mas Emma pagou com a própria vida seu erro. É ficção, mas se fosse realidade ela demonstrou um certo caráter. Mais caráter que a maioria dos políticos, aí comprendido todas as siglas, de direita, esquerda, centro e de banda.

Errou Aluíso. Sim, porque se Emma fosse alguem de verdade não causaria sos danos e mau exemplo de alguns tucanos e outros políticos. Olha, sou mais Madame Bovary que quem é chefiado pr Aécio Neves, presidente do PSDB até recentemente, o candidato a presidentede quem Manaus foi vice. Sem falar nos outros tucanos citads em inquéritos e cujos processos estão na justiça.

Seria bom que o enrolado ministro das relações exteriores, um cara enfezado e limitado, não falasse em literatura. Ele calado é um poeta. Juro. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 03/06/2017
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