FESTA DE GUAIÇARA E CASAMENTO NA POLÍCIA

Quando estudante em Promissão, em escola noturna, lá pela década de sessenta, reuníamos alguns colegas, fazíamos vaquinha para gasolina e íamos para Guaiçara, no caminhão Dodge 48, do pai do colega TomioYamamoto. Ele faleceria em acidente alguns anos depois. O clima era bem mais frio, gelado. A neblina, densa, molhava. Ele menor ainda, sem carta. Na cabine ele e algumas mocinhas. Nós, os marmanjos, na carroceria sob encerado. Sofríamos apenas para saborear salgados e paquerar.

Todos os anos, terminada a festa, ficávamos à frente da delegacia de polícia de espreita. Era para ver qual a mãe que levava a filha para apresentar queixa de que fora seduzida e pedir ao delegado para obrigar o Dom Juan a casar com ela. Era o tal de “casamento na polícia”. Hoje não se ouve mais. Mas era comum também na época do Carnaval. O casal desaparecia durante os festejos e só aparecia no dia seguinte. A gente conhece muitos casais que se uniram dessa maneira. Era a maneira de evitar as despesas com o casório, alfinetava os amigos.

Yoshikuni
Enviado por Yoshikuni em 03/06/2017
Código do texto: T6017272
Classificação de conteúdo: seguro