QUAL O MAIOR TEMOR?

Não se teme o que já aconteceu. É fato consumado.

Em um país extremamente rico, espancado pela roubalheira, ainda assim dá sinais de vida econômica ativa em meio ao naufrágio político onde agentes para roubar cifras indescritíveis são ágeis e criativos. Continuam com engenhos à vista para não caírem de vez os defenestrados e os que respiram por aparelhos. Não vai adiantar. Estão mortos. Há uma reforma. O problema é que são os mesmos de sempre a articularem,sob nossas vistas.

E o maior temor do homem é a morte, queiram ou não os grandes homens de fé.

O rei Salomão cunhou na Bíblia a sentença: “Não há nada novo sob o sol”. Isso já faz milhares de anos. Hoje, quando os acontecimentos do mundo e a crise no Brasil nos assombram e surpreendem como se fossem novos, todos nós precisaríamos, e ainda mais os políticos que nos governam, conhecer melhor alguns episódios da história e da literatura do passado, para entender melhor o que acontece ao nosso lado.

ATÉ QUANDO CATILINA ABUSARÁS DE NOSSA PACIÊNCIA?

Exponenciais as Catilinárias do senador, jurista, político, escritor e orador romano Cícero.

As primeiras palavras da mais famosa das Catilinárias, “Até quando, Catilina, abusarás de nossa paciência?”, exortação apregoada no plenário do Senado Romano contra seu adversário.

“Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo ainda há de zombar de nós a tua loucura? A que extremos se há de precipitar a tua audácia desenfreada? Nem os temores do povo, nem a confluência dos homens honestos, neste local protegido do Senado, nem a expressão do voto destas pessoas, nada consegue te perturbar? Não percebes que teus planos foram descobertos? Não vês que tua conspiração foi dominada pelos que a conhecem? Quem, entre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, onde estiveste, a quem convocaste, que deliberações foram as tuas?".

Papa Francisco, um monumento de sinceridade inexpugnável,

voltando da Coreia do Sul para o vaticano, abertamente falou de sua própria mortalidade confessando fragilidade quem está bafejado e sacralizado de todas as formas pelas fronteiras do divino.

Disse ele: “Uma de minhas neuroses é ser muito apegado à vida”.

É bom ser apegado à vida, mas à vida plena que pode ser vivida, uma vida destinada ao bem, à humanidade, ao menos nas nossas insignificâncias diante de um Papa. Um vida de cada um de nós visando praticar o bem.

A vida das escórias que faz da vida a morte, vida dos mortos-vivos, que por suas patranhas e iniquidades são escorraçados sempre que surgem ou falam publicamente, por serem ligados ao coletivo que desdenham e roubam, configuram o que não presta, a sordidez humana. É a morte temida.

E o Papa acrescentou: “Internamente tento pensar em meus pecados e meus erros para não ficar orgulhoso, pois sei que isso não vai durar muito, mais dois ou três anos, e então (seguirei) para a Casa do Pai.”

A fragilidade humana é gigantesca, mas não impede a caminhada. Pecados do Papa...a humildade de mãos dadas com a benção.

E a escória não pensa ter erros, quer sobreviver quando já está morta, se defende resistindo ao notório.

Goethe fez um dos melhores estudos sobre o simbolismo das cores, o choque entre a luz e as trevas, sombra e claridade. Mais luminosidade cores quentes, as frias menos luminosas.

No escuro a circulação sanguínea diminui, passando da sombra para a luz a circulação aumenta, é a razão do sol e seu amarelo simbolizarem vida, movimento, alegria.

Das trevas saem os perigos, da luz sai a vida, a criação, a tranqüilidade.

Quem está morto ainda que conceitualmente vivo, vaga em parte no que físicos como Einstein chamaram de "ondas imateriais", dimensões que compõem um complexo tempo-espaço. Não havendo vida plena incide a intranquilidade, as trevas.

Vagam os vivos-mortos na intranquilidade das trevas, agora agoniados estes seres no conspurcado “mundo político” brasileiro.

Falta abrirem-se covas de vez e virar a página da história. Que seja breve.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 02/06/2017
Reeditado em 02/06/2017
Código do texto: T6016349
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