MISTÉRIOS


     A madrugada é misteriosa e feia, os olhos da noite vigiam escondidos entre as matas alguns indivíduos que querem penetrar sem serem convidados no interior da terra.
O imaginário é desconhecido e inatingível, não tem limites onde quer chegar, se desloca com tanta velocidade na mente para que na hora possa abrilhantar
     É mágico toda esse amplidão de cores e luzes reluzentes, é o poema de plenitude, anseio em busca de algo novo e imprevisível surpreendente.
     Toda louca orgia da terra enriquecida, banhadas dessas águas lindas e refrescantes que até os montes se inclinam para saudar os mares mais distantes.
     É o momento dos movimentos das garças, das mares murmurarem em gemido, das danças dos cavalo-marinhos em desafios, dos gritos dos golfinhos no infinito.
     O céu rasga-se de um azul bem forte e as nuvens brancas dançavam nos ares de um lado para o outro, era o começo de um dia ensolarado, dos olhos marejados das noites anteriores mal dormidas.
     O calor da terra queimam os pés descalços e cansados dos andantes forasteiros, dos viajantes sem dinheiro e das amantes esquecidas seus nomes gravados nos espelhos dos banheiros.
     O vento quente traz de longe a melancolia de uma jornada mais longa, de uma noite mais curta e a brisa enfraquecida não alivia o corpo da mais querida, que deitada em sua rede, dorme acordada enlouquecida esperando as estrelas ao luar.
     Ao som de longe de uma música romântica e apaixonada, a dança aconchegante, dos sussurros nos ouvidos bem baixinho, leva a cama mal desarrumada, ninho de amor, pernas desengonçadas.
     A ânsia é grande de despir ansiosamente, os olhos procuram a parte melhor do corpo, mas as mãos atrapalhadas acariciam lentamente, enlaça no pescoço um beijo ardente.
     Quando segredo do desconhecido é exposto de forma mais visível, não se pode negar a descoberta do inexplorável, a força do invencível.
     O medo parece lutar com o contraditório e o ódio precisa neutralizar a mentira, que vem assim como quem não quer nada, passeando em passos largos destruindo vidas.
     A covardia é incapaz de dar as mãos á verdade, pois é tão fugaz e traiçoeira, que disfarça de mil maneiras, que não deixa fruir a liberdade.
     O tempo é mais rápido do que a nossa existência, mas é difícil desvencilhar uma da outra, parece que gira em torno da terra e se um dia alguém perguntar por você, é pouco que vão dizer: desapareceu da terra.
     O ser humano é a máquina mais fabulosa do mundo, ninguém ainda inventou outro igual, dotado de inteligência e raciocínio, não se deu conta do maior perigo, que é a mesma coisa que lutar consigo.
 

Celso Custódio
Enviado por Celso Custódio em 28/05/2017
Reeditado em 19/11/2021
Código do texto: T6011837
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