CRÔNICA DO TEMPO (...)
A imaturidade faz-nos levar horas para perceber as questões emergentes, onde os ventos balbuciam com os gritos de aflição, uns buscam serem notáveis em tempos áridos, onde o desespero timbra a dor nas vestes daqueles que padecem por necessidades básicas. Quão sagrada é areia da ampulheta, esse instrumento que remota o tempo em suas escalas seculares, contam-se os minutos da preciosidade, quão antiga é essa raridade, mas o modernismo trouxe outras formas de enxergar o seu tempo, ponteiros circundam números e, entre os números, marcam-se as horas, segundos definem suspiros de quem a muito espera por ajuda, enquanto isso, noutra margem uns vivem na preciosidade, vislumbrando um tempo dourado, pois desde cedo teve certas ilusões que o tempo o trouxera, a arrogância, a luxúria a exuberância, mas faltou-lhe amor para compreender que o tempo favorável a ele, trouxe desgraça a milhares dos seus irmãos! Enquanto ele desfruta do melhor, há quem morre de forma cruel, mas claro que o seu tempo não enxerga isso, pois favorecem os seus caprichos, enquanto tempo corre em Cannes, o resto se dane, minutos valem mais do que meio milhão, seringas não fazem seu tempo, e se ao menos doa-se seu tempo para aqueles que realmente precisam, não estaria a mudar o tempo de alguém?? Mas não, buscam esbanjar o tempo nos holofotes internacionais, lixando o povo que morre nos hospitais! Mas um dia o vosso tempo há-de acabar, e que algum dia o tempo vos reserva tempo, para padecerem com o tempo (...)