As horas passavam voando, correndo ligeiro nas nuvens que se deslocavam, aproximando-se da costa. O vento brincava com cabelos dela. E Robert   desejava que seus dedos fossem o vento. O vento que tocava os loiros cabelos anelados de Morgana. Robert   não via o mar. Via Morgana muitas vezes desviar os olhos, que se cruzavam com os dele. Ele fazia o mesmo e depois se arrependia. ‘Por que fugir do olho no olho, da verdade que se abre na janela de um olhar?’ Tudo que queria dizer não ficou dito,  e não diria, a menos que Morgana decifrasse a linguagem das estrelas.
A noite cai como um manto protetor dos amantes. Morgana quis saber da mãe Robert  , e quando lhe disse que morrera há dois anos, ficou besta. ‘Dona Leide?!...’
O momento não cabia lágrimas. O filho de dona Leide acompanhou de perto o sofrimento da mãe, que contraíra um câncer, depois de aderir ao Plano de Demissão Voluntária, oferecido pela empresa em que trabalhava. Insistiu muito para a mãe não aderir ao PDV, mas dona Leide!...Dona Leide quando tomava uma decisão, não voltava atrás! 
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Adalberto Lima, framento de Estrela que o vento sopou