A IGREJA E OS IDOSOS
Ouve-se, nos meios católicos, que há falta de sacerdotes. Os que existem, são, na maioria, idosos.
Lamenta-se a falta de vocações e responsabilizam-se as famílias cristãs, por terem poucos filhos, e não os educarem dentro das normas evangélicas.
Aparece, então, quem lembre: se fosse autorizado o casamento de padres e ordenação de sacerdotisas, não faltariam padres e madres…
Certamente – penso eu, – muitos crentes não veriam, de bom grado, nem casamentos de padres, nem ordenações de mulheres, e haveria sério risco de cismas irreparáveis.
Os padres, que vivem exclusivamente do altar, recebem, em regra, remunerações irrisórias, que mal dão para o sustento. Se tivessem mulher e filhos, como poderiam viver?
Muitos, me dirão: os pastores são casados! É verdade. As Igrejas Evangélicas recebem o dízimo. Cada crente entrega, à Igreja, dez por cento dos rendimentos que têm.
Alem disso são mais generosos nas ofertas que fazem durante o culto.
Não creio que os fieis da Igreja Católica – na maioria, – aceitassem pagar o dizimo, já que muitos recusam pagar a côngrua, mormente nas cidades.
O diaconato permite, que leigos casados, com filhos, sejam sacerdotes.
A Igreja precisa hoje – mais do que nunca, – dos crentes idosos. Podem servir as paróquias sem auferirem remuneração, já que a maioria, trabalha ou vivem da reforma.
Disseram-me que o diaconato estava vedado a indivíduos com mais de sessenta anos. A ser verdade – e creio que o é, – leva-me a pensar que a igreja não tem interesse na colaboração dos idosos, mesmo que sejam intelectuais conhecidos e crentes exemplares; o que é um erro crasso.
Só após a aposentação é que existe disponibilidade total para servir a Igreja, seja como diácono ou outro serviço.
Parece-me que é matéria para ponderar. Os idosos não são inválidos, e podem ser de grande proveito para as atividades da Igreja, quando devidamente aproveitados, consoante seus conhecimentos e aptidões.