MÊS DAS FESTAS JUNINAS

Melhor período do ano, apesar do clima, por causa das inúmeras festas que pipocam em todos os lugares. Num tempo distante, proprietários de sítios também promoviam suas celebrações inesquecíveis. Nos sábados, à noite; nos domingos, no almoço. Foram nessas celebrações que , pela vez primeira, conheci pratos deliciosos: Gengis Khan no Paraná (Japurá e Cianorte) e a galinhada (Palestina e Nova Granada). Lotado no setor de empréstimos rurais do banco, recebíamos constantes convites para as festas. Comparecíamos, O Zé Pereira e eu, em quase todas elas, apesar de ter que enfrentar longas estradas de terras. Num desses eventos, o proprietário intimou-me a rezar o terço. Pedi socorro a colega Floriano, que era ligado à igreja. No dia lá fui eu, com terço e Bíblia novos, para impressionar. A oração era no terreiro usado para a secagem do café, ao relento. A noite estava gelada. Comecei bem devagar. Mas percorrido duas dezenas de contas, pedi licença e perdão e dei por encerrada a leitura, pois a neblina estava bem cerrada, e era melhor abrigarmos na cobertura feita por encerado. Alguns olharam de viés, pelo imprevisto nunca presenciado. Quando contei o acontecido ao Floriano, ele só disse:-Que sacrilégio... Não sei o porquê, mas nunca mais me convidaram para rezar o terço.