O maravilhoso ao nosso redor
Uma postagem da recantista Isabel Ramos, em sua Escrivaninha, alertou-me para um fato que a maioria das pessoas não se dá conta, talvez pela correria da vida moderna.
É o fato de que a gente se acostuma rapidamente com as maravilhas e o conforto que a modernidade nos proporciona. Coisas que antes pertenciam ao domínio dos contos de fadas, hoje acontecem naturalmente diante de nossos olhos sem que nos causem espanto. Como sou de uma época em que nenhuma destas modernidades existia, não deixo de ficar maravilhado com elas.
Quando criança costumava ler contos infantis, entre eles a estória de Ali Babá e os Quarenta Ladrões (bons tempos, eram apenas quarenta) e hoje, sempre que me vejo diante de uma porta com sensor de presença, destas que se abrem quando nos aproximamos dela, é inevitável para mim não lembrar da frase - ABRE-TE SÉSAMO! - que, quando proferida, provocava a abertura da porta da caverna onde os
ladrões escondiam seus tesouros.
Vivemos numa época em que o maravilhoso acontece a todo momento. Alguém se lembra do espelho mágico no qual a bruxa má observava a Branca de Neve? Está ali em nossa sala, é a nossa TV, cada vez mais cheia de novas funções. Os admiradores das histórias em quadrinhos talvez se recordem de uma espécie de relógio de pulso usada pelo detetive Dick Trace para se comunicar com a Central de Polícia. Sua versão moderna é nosso tão conhecido celular, que além de permitir a comunicação à distância, incorpora dezenas de outras funções, tais como despertador, relógio, agenda, lanterna, máquina fotográfica, central de jogos, calculadora, mapas, álbum de fotos, rádio, TV, etc.
Eu falei dezenas? Talvez sejam centenas, é que, na minha idade, não estou mais conseguindo acompanhar cada novo aperfeiçoamento deste gigantesco aparelhinho. Que mais nos reservará o futuro?