ELE É DIFERENTE... ou somos nós
Hoje foi o meu dia de fazer compras na feira itinerária... ali conheci um rapaz oferecendo suas mercadorias produzidas por ele e sua mulher num sítio na Lomba grande. Feito as minhas compras... Pensei: vou fazer uma crônica do Manuel Rinze pois achei ele diferente pelo excesso de tatuagens mas ao me contar um pouco da sua vida, convenci-me que ele não era diferente.. E eu continuei só achando... mas que não me convenceu eu é que era diferente para ele... nós não somos iguais e alguns se parecem com diferenças mais acentuadas e outros algumas vezes são o que são porque não possuem a coragem de mudar porque o ser humano se julga de uma forma, até por pertencer a uma cultura imposta...pela cultura.
O Manuel apenas tinha a sua maneira de apresentar seu corpo com tatuagens tribais, não para protestar nem para chamar a atenção, mas tinha uma filosofia de vida voltada para a natureza, alegando que e ela, a natureza e o que a envolve é que possui as influência do ser com ela e com ele, que não acredita num velho barbudo que fica dizendo, ou que o povo que o criou pensa que ele diz... a vida vai ser do meu jeito, não no seu pensamento a vida é nos que administramos ao nosso favor e as vezes ao contrário, mas vai ser do meu jeito.
Manuel Rinze, nasceu na cidade de Düsseldorf na Alemanha tendo chegado ao Brasil em 1995, após conhecer vários países, tendo lembrado alguns deles: França, Espanha, Bégica, Hungria, Inglaterra, México, Guatemala e Dinamarca, mas foi no Brasil que se sentiu melhor e até aprendeu a falar bem o português. Seus pais compraram terras na Lomba Grande e é onde ele vive, pois achou que viver com liberdade é muito melhor do que viver empilhado em apartamentos... tentou ser publicitário mas não terminou a faculdade, pois a terra prometida que seria um sítio era o seu caminho.
Conheceu a sua esposa brasileira há 20 anos, que o compreende tanto na lavoura como nas tatuagens que ela fez pela compreensão da sua filosofia e do seu companheirismo e acreditando nas suas ideias... nesse relacionamento conceberam dois filhos e duas filhas.
Em 2009 após o nascimento da sua filha iniciou as tatuagens tribais junto com a sua esposa, incluído várias partes do corpo sem esqueceram dos seus rostos... Eu perguntei: Manuel o que a tua filha acha das tuas tatuagens? Ele falou! Pergunte a ela que esta aqui comigo - eu acho legal, foi o que ela respondeu.
As tatuagens tribais foi um ritual junto com a natureza após comerem cogumelos alucinógenos, como se fosse um entendimento feito com o mundo através dos ensinos na própria natureza para buscar uma forma, para tentar resolver seus problemas existenciais e principalmente a desarmonia familiar com seus pais, mais diretamente com o seu pai... cujas razões somente um psicólogo poderia interpretar e explicar.
Mas Manuel e sua mulher fabricam produtos orgânicos em seu sítio e os vende em feiras, trabalham num árduo trabalho no sítio, possuem seus quatro filhos e tem as suas verdades, e agiu da sua forma com as tatuagens tribais, mas quer mesmo é resolver a desarmonia com seus pais e dar continuidade a sua vida e da sua linda família e com ela é que busca o seu caminho, o seu rumo pois esta no lugar certo, e continua apostando na felicidade procurada.