A FORÇA DE UMA SUGESTÃO
E naquela cidade longínqua do interior, com o sol já a pique, as pessoas impacientes e suando como tampa de marmita, naquele prédio arcaico e velho, já deteriorado pelo tempo, e com as cores das paredes desbotando, e aonde o vento quente adentrava as janelas, ela finalmente se manifestou.
E pegando um pedaço de pau, grosso e encruado, ela levou até os jurados, entregando, e pedindo que cada um segurasse aquela tora, sentindo o peso e a força do mesmo, e imaginar alguém batendo em vocês com ele, com muita fúria é crueldade, sem nenhuma pena. Sem defesa. E assim, se colocarão no lugar da vítima, assassinado de uma forma tão cruenta, e sem defesa, com este instrumento contundente.
Os jurados se entreolhavam, passavam o pedaço de pau, um para o outro, e se enchiam de indignação. Seus olhos conseguiam refletir e imaginar cada golpe desferido na vítima, até o ato final.
Os presentes, também assistiam aquele júri, com muita indignação, pois foi um crime de maldade sem tamanho, que chocou muito a pequena população daquele município.
E no final, saiu o veredito dos jurados: Condenado por unanimidade.
As palmas do público ecoaram pelo recinto, pois enfim aquela alma poderia descansar, já que a justiça tinha sido feita.
E ela, com suas vestes negras, se encheu de satisfação por mais uma vitória alcançada no seu ofício.