Bailarina

Ela dançava como se as notas musicais fossem extensões dos seus braços; dançava como se fosse a última dança, como uma sereia que encanta e envolve em ondas de sedução o pescador.

Seus braços eram tormentas de amor, inudando o barco dos olhos miúdos desse escritor observador.

Ao som do tambor, ela fazia o caminho inverso da água, subindo a cascata e fluindo contra a correnteza do rio do meu sorriso.

Ela não tem a menor idéia do quanto meu barco balançou em suas ondas, mas tudo o que posso fazer é aplaudi-la em palavras e riscar alguns versos, na esperança que uma dia a sua dança volte a me arrancar sorrisos de menino encantado.

E eu ainda nem a tinha visto inteira, só lua pela metade...