ALEGRIA PARA OS IDOSOS
Algumas vezes eu abro o acordeom para tentar levar um pouco de alegria para as pessoas idosas e algumas doentes nas casas de repouso – hoje foi o dia de tocar acordeom no Lar dos Idosos em São Leopoldo...Ao chegar observei os rostos das pessoas que de alguma forma já estão cansadas de viver, demonstradas nas suas expressões. Sentei no primeiro banco que estava logo na entrada, retirei o acordeom vermelho todeschini, e só com seu exibicionismo já mudou algumas expressões – todos os idosos são do tempo do acordeom, mais conhecido no sul do Brasil como gaita e alguns até já tinham nos seus antigos tempos... Dedilhado algumas músicas...Fui tentar levar um pouco de alegria aquela gente sofrida pela idade, algo que a vida escolheu como um prêmio, mas que a medicina explica os desgastes físicos pela longevidade.
Sempre inicio com a música Querência amada que por ser bem alegre, consigo ver uma mudança na fisiologia da maioria e no Lar dos Idosos as enfermeiras e cuidadoras ajudaram a levantar o ânimo dos idosos e convidaram alguns pacientes par dançar e eu me senti como um tocador de gaita dos tempos antigos, tocando num baile do interior em salões improvisados, como fazia o meu pai que era gaiteiro e o responsável por eu dar continuidade na sua arte.
Eu fiz esta crônica porque foi um dia que levei alegria para um pessoal que precisava, porque a longevidade a vida lhes deu, mas a alegria estava fazendo falta, e como o toque seria de ser por um rápido momento, mesmo assim senti que a alegria deles retornou para o tocador: um dizia: apareça de novo, vamos esperar... E claro que vou voltar, pois não era a primeira vez que eu toquei gaita no Lar dos Idosos e sempre que faço isso é para levar alegria ou espantar um pouco das suas tristezas – é uma ação voluntária e por esta razão é feita com alegria e emoções - mas o retorno veio através de poder ver que fiz algo de bom...e que foi bom também para o tocador.