ESORTISTA APÓS UM AVC


UM CONTO SEM EDIÇÃO...É ASSIM
 
Quando a vida é contada pela pessoa que a viveu, sempre haverá mais verdades e emoções na sua história... Ela tem dois fatores principais: Uma são acontecimentos que fugiram do meu controle e trouxeram fatores desagradáveis... O segundo fator são as conquistas agradáveis que fica na autobiografia parecendo autoelogios, mas na realidade são narrações acontecidas que me deram alegrias para equilibrar com os momentos desagradáveis.
os 60 anos eu tinha o joelho esquerdo operado há mais de 30 anos motivado pelos treinos de judô e logo em seguida outra lesão do tendão externo do joelho direito numa luta de judô e que me causou grandes problemas nas atividades como atleta e que persistem até hoje, para equilibrar tenho dores na coluna lombar... Mas me dou bem com ela pelo tempo de convivência. Aliado a isso a idade que hoje sei que não eram motivos... Também me desencorajava a dar continuidade nos treinos de judô.
Estes foram motivos para desistir, mesmo sendo o judô uma atividade que eu realmente gosto. Sempre fazia alguma ginástica e natação no verão que me restringia um treinamento comigo mesmo, e com isso conseguia manter-me no meu peso.
Para alimentar ainda mais o meu desejo da descontinuidade aos 66 anos sofri um AVC isquêmico causado por um ateroma na carótida quando estava com o colesterol um pouco elevado... Este acidente vascular fez hospedar-me durante um mês no hospital e me deixou sem falar e levei um ano para me comunicar quase que normal... Mas não tinha sido somente o ato de falar, quando peguei meu acordeom para tocá-lo as teclas não obedeciam ao meu comando... Era como se eu nunca tivesse tocado e o mesmo aconteceu ao tocar as minhas flautas, sabia que os furos era para colocar os dedos e até a posição eu lembrava, sabia porque eu tocava, mas nenhuma melodia eu conseguia executar porque os dedos não obedeciam aos meus comandos... Ou obedeciam as mensagens dirigidas aos dedos, mas eles entendiam diferente por estarem em desarmonia com a mente e também escrevia trechos que não existiam... Cheguei até enviar um email para um amigo, que em seguida ligou-me para que eu traduzisse o que havia escrito. Isso tudo me levou uma pequena depressão pós-avc e procurei uma fonoaudióloga e um neurologista... Iniciei minha demorada recuperação, e sempre pensando em superação para um esportista judoca... Ou aceitar com paz os meus temores e o AVC.
Mas aceitei o pensamento da superação e com esforço próprio e ideias autodidáticas, dispensei a fonoaudióloga... Voltei com insistência e sozinho praticar acordeom e flauta, duas horas por dia, fazer jogos de cartas com a minha esposa - e com isso e contando com o tempo, recuperei minhas melodias aprendidas, acrescentando outras. Voltei a escrever, que é uma das atividades que sempre gostei... E é isso o que estou fazendo agora neste texto. Isso tudo levou alguns anos para vencer estes desafios.
Chequei aos 70 anos – podia me contentar com o progresso feito, mas parecia que faltava algo... E faltava. Resolvi fazer a minha reconciliação com o judô e iniciei praticando aulas, duas vezes por semana e também iniciar a minha carreira esportiva que seriam as corridas de rua... Com 70 anos? Porque era a idade que eu tinha.
Foi no dia 27 de Outubro de 2013, que aos 70 anos participei da minha primeira corrida de rua com três quilômetros de distância em São Leopoldo patrocinado pela H LAR RUN. Eu precisava de uma equipe: então criei uma: a AFTER 70 RUN e se destacou por ser a equipe com o menor número de participantes, um... E quero viver bem mais para conseguir tentar mudar a equipe para: AFTER 80 RUN.
Apesar da idade e dos relatos mencionados e a recuperação alcançada eu ainda queria vencer mais este desafio que envolvia a parte física... Não para competir, já passei desse tempo e estou no tempo que a atividade física é para sempre e é onde podemos notar os verdadeiros campeões... Do tempo - a participação nas competições de corridas, são como se fosse um treinamento.
O meu amigo Sérgio Mendel, começou a treinar e colecionar prêmios de suas conquistas, desde que abandonou os treinos de judô - eu lhe aconselhava: tem que treinar e não se importar tanto com as competições e seus resultados, obedecendo a critérios de técnicos. Então ele me respondeu, contanto um caso: Pois é... Uma vez eu treinava com uma equipe e o próprio treinador me perguntava se eu tinha gosto de sangue na boca quando estava treinando? E como eu falei de forma negativa, o treinador falou: não treinou o suficiente!... E quando um atleta vomitou após o treino: Sim esta é a prova que o teu treino foi bom! Respondeu o técnico. E foram essas cobranças para ganhar competições, que interessa mais ao técnico do que aos corredores um dos motivos do afastamento do Sérgio, que preferiu treinar sem técnico... Os atletas devem pensar quando o esporte é um lazer e saudável e quando ele leva a sacrifícios que deixa de atender os verdadeiros propósitos.
Eu fui técnico de judô por 35 anos e deixava que os alunos por si próprios buscassem o seu ritmo de treino e suas conquistas e eu aceitava as competições como uma decorrência e não como importante, porque eu tinha preocupações com a saúde da maioria... Hoje passados mais de 20 anos é difícil ser um técnico, porque as competições estão em primeiro lugar e os treinos se tornaram um martírio, aumentando as lesões e desestímulo precoce.
Eu estava buscando uma forma de esporte para superar a mim mesmo, e o meu adversário seria eu! E fui à luta! no judô e nas corridas... E é elas as corridas tardiamente, ou não, iniciadas que vou mencionar no seguimento desta crônica.
Participei da classe de 60 a 70 anos na corrida H LAR RUN onde haviam dois participantes... Eu estava com passos de gansos e queria mesmo era completar o percurso... O meu concorrente estava na minha também com passos de ganso mais apressado e eu resolvi dar um pouco de agilidade nos meus passos de gansos e consegui ultrapassá-lo, mas ele mais adiante também me ultrapassou... Continuava apressado, as pernas já estavam pedindo para diminuir os passos, mas a vontade de querer vencer a mim mesmo, não o meu adversário, falaram mais alto... Quando estávamos passando por um pequeno aclive busquei um esforço a mais já próximo à chegada, conseguindo ultrapassar meu suposto adversário e quando avistei o local da chegada mantive o ritmo e cheguei alguns segundos antes, fazendo o tempo de 20m54s... Além da medalha de finisher, recebi também a medalha de campeão da categoria - fiquei três dias com dores musculares apesar de ser numa pequena corrida. O joelho operado sem problemas, mas a dor no joelho lesionado há aproximadamente 30 anos ainda me molestava.

Deveria ser a única corrida para comemorar meus 70 anos... Mas me despertou a vontade de querer ir mais adiante... Eu continuava como se fosse uma águia que queria se renovar, e não tinha muito tempo para isso. Então me escrevi noutra corrida com três quilômetros no SESC, na categoria acima de 70 anos onde venci a mim mesmo com o tempo de 18m24s, abaixo dos 20m54 anterior e que me classificou de acordo com o regulamento do SESC para competir o estadual em Porto Alegre, no final de 2014
Mais adiante resolvi participar de uma corrida com cinco quilômetros, em Sapiranga/RS, Rústica das Rosas e mesmo assim sem treinar devidamente, achei muito cansativa, e me decidi naquele momento não correr acima dos três Km ou desistir, já que iniciei correr aos 70 anos... Mas a águia ficava me cobrando mais ações... E dizia-me: já que começou, então mostre que ainda pode dar um pouco mais de energia do seu corpo, mas não esqueça... Do seu modo! E a minha decisão daquele momento ficou naquele momento. Segui os conselhos da águia... E dei continuidade.
Eu estava treinando judô duas vezes por semana e no início eu às vezes voltava mancando e o corpo doía, e a mente querendo desistir, mas a águia continuava querendo a minha continuidade e assim fiz e com a insistência expulsei as dores aumentei a resistência dando continuidade ultrapassando três anos de prática... Nesse tempo além da GABA, visitei e treinei em várias academias como: Grêmio Náutico Gaúcho, Canoas Associação de Judô, CETE, Grêmio Náutico União, Lacerda judô, Tokio, Sogipa e Black Belt, e sempre era o mais experiente em tempos vividos.

Voltando as corridas: Durante o período de Outono e inverno, me deslocava correndo até a academia GABA perfazendo um quilômetro e na volta repetia – em 2016 onde fez um inverno com maior frio dos últimos anos minha condição física alcançou sua melhor performance - alem disso haviam corridas nos treinos em volta do tatame como aquecimento e isso me incentivou a praticar também corrida de ruas, uma e até duas vezes por semana e com a melhora do desempenho, acabei aceitando outro convite do meu amigo e incentivador de corridas - Sérgio Mendel para uma rústica em Nova Petrópolis/RS que seria desafiadora pelo fato de ser mista... Com subidas, descidas, mato, chão batido e para terminar uma volta no lago. Tinham quatro concorrentes na minha categoria e um dos bons... Fiz os 6,5 KM programados em 41m03s que não eram tanto, mas que parecia interminável para mim pelo desafio. A classificação de vice-campeão ficou em bom tamanho. E as dores nas pernas? Não senti, mas a dor no joelho lesionado dava algum sinal, assim como a dor na coluna. Eu tinha me tornado um corredor de pequenos percursos... E até passando dos setenta anos me considerava um idoso atleta...ou quase isso.
Como me considerava “um quase isso” no dia 18 de Abril de 2015 me inscrevi na corrida ecológica no parque Knijnik em Porto Alegre, e no dia seguinte na corrida de Três Coroas... Que começou assim: A corrida ecológica foi desafiadora e emocionante, percorremos por campos, matos que nas descidas e tinha que agarrar-me em alguns galhos das árvores para não cair e com subidas tão íngremes que existiam partes que eu tinha que subir como fazem um cão, isto quer dizer quase de quatro e depois vinham as subidas por escadas e por tudo isso tive que colocar em prova minhas condições atléticas, algumas adquiridas nos treinos do judô, que hoje estão muito aquém da realidade aprendida. Perdi-me de tantas voltas dadas, mas consegui chegar ao final e venci na faixa etária esta prova difícil para a minha idade por ter chegado ao final... E que para os mais jovens foi um divertimento a mais.
No dia seguinte levantei as 7h00 subi novamente na moto e me dirigi para a cidade de Três Coroas/RS. Na ida enfrentei frio e neblina que não estavam nos meus planos, cheguei pensar em voltar... Mas como eu estava pensando como um guerreiro de samurai e até os desafios dos ninjas que desistir para um judoca, seria perder antes da luta começar... Fui em frente atento e com a diminuição da velocidade e tirando a cada momento a neblina da viseira do capacete e depois dos próprios óculos... E quando cheguei na praça principal onde seria a largada dos atletas, e um sol radiante que estava colaborando com a festa e nos dando boas vindas... Retirei o kit da corrida e ansioso fiquei bem na frente dos corredores, mas quando deram sinal de largada muitos, quase me atropelaram e vi uma multidão na minha frente, mas ficaram algumas dezenas para trás... Aqueles que eu chamo de menos apressados. E na categoria dos mais idosos fui o mais apressado, fazendo os três km com 16m33, rededo um troféu de campeão.
Foi um fim de semana onde andei 200 Km de moto como pré requisitos em função das corridas, acrescentando na minha historia de superação o fato de correr pela saúde, como fatores mais importantes.
No dia 26 de Junho de 2016, tirei o dia para correr - de manhã corri 3 KM pelo SESC com mais de 1200 pessoas inscritas e acima dos 70 anos haviam cinco participantes e classifiquei-me como vice campeão com o tempo de 17m05. Durante o período da tarde corri em Campo Bom no circuito de 6 KM e recebi o troféu de terceiros lugar com o tempo de 38m37s... O importante é eu completei a prova me igualando a todos... Só que no meu tempo de menos apressados e com uma dor na panturrilha... E os mais apressados que queriam receber o prêmio antes de mim, deixei-os passar.

Continuei pisando pelas ruas das cidades gaúchas, onde acabei com dois tênis - uma vez um cachorro me acompanhou por bom percurso, mas desistiu, talvez tenha pensado que eu iria dar a volta ao mundo - nesse meu andar matei algumas formigas, subi calçadas, asfaltos, aclives e declives e algumas vezes com chuva e frio de até 3 graus e noturnas e outras onde o sol se apresentava lindo, dando as boas vindas aos amantes da corrida. Passei por orla de lago que ao correr vendo toda a beleza que ele estava exibindo eu e os demais corredores pareciam que ali não era para ter pressa, mas sim interagir o corredor com a natureza. Depois me embrenhando em matos saltando por cima de algumas imperfeições... Hã já corri no Hipódromo de Tarumã parecendo um carro velho acompanhando as curvas onde já correram grandes campeões... De carros e motos. Corri na beira da orla marítima, sentido a areia fofa que retardava um pouco a passada... E para que pressa? Desfrutem o vento vindo do mar! Dizia a voz da natureza! - Onde tinha alguém correndo parecia que eu o estava seguindo... E estava - mesmo assim perdi-me umas três vezes, mas recuperei o rumo da corrida, e descobri o seu final, sem nunca abraçar o chão, por enquanto... Mas se isso acontecesse, acho que os ukemis (quedas) do judô iriam me salvar e continuar dando-me a chance de explorar mais as aventuras das corridas neste pequeno mundo que esta a minha volta. Vida de corredores de rua tem suas aventuras e emoções.

Concluí 30 eventos (mas até 2020 pareticipei de 50, sendo um em Miami),  sem diminuir a ação de correr para caminhar - e foi com as minhas participações onde conheci atletas, amigos, as ótimas estruturas das corridas, muitos atletas acima dos 70 anos e dentre esses alguns que corriam e ainda correm melhores do que eu aos que admiro e os tenho como incentivos.

Teve uma vez que não consegui nem subir no pódio - fiquei em quarto lugar porque tive a satisfação de correr junto a três corredores dos bons e um era o campeão mundial da categoria... Isto foi na corrida da longevidade em Porto Alegre, onde mais de cinco mil pessoas participaram e a classificação é uma das mais difícil. Foi uma ótima experiência porque naquele dia consegui correr com os melhores... Quem sabe eu estava querendo ser um deles?

Mas foi no CIRCUITO DE CORRIDAS DO SESC, que é considerada uma dos maiores eventos de corridas em número de atletas e de grande organização do RGS onde fui o mais apressados na classificatória para o estadual em Porto Alegre - isto quer dizer campeão da categoria e como as classificações no estado era mostrado pela internet, eu estava em segundo, mas o que estava em primeiro lugar que seria difícil vencê-lo mas não impossível, no dia do estadual não compareceu...Eu fui o mais apressados dos demais e campeão estadual, com o tempo de 18,24 no dia 7/12/2014.
E no ano seguinte disputei novamente o Circuito de Corridas classificatório para o estadual do Sesc de 2015. Verificando pela internet : Acima dos 60 anos tinham 10 participantes, comerciários e usuários e eu estava em segundo lugar... E acima dos 70 anos fui o mais apressado da categoria e fiquei outra vez classificado para o estadual que é automática para os três primeiros colocados...O SESC coloca sempre um ônibus nas cidades onde são feitas as competições e paga hospedagem para os atletas em POA... Fui de São Leopoldo no ônibus, me sentindo um atleta que já tinha vencido o primeiro estágio.
No estadual para os classificados venci o meu recorde com o tempo de 15m41 contra os 18m24 do estadual anterior e fui um dos idosos mais apressado dos seis concorrentes comerciários e usuários, me tornando bi campeão estadual do SESC.

É.. foram marcas acontecidas que ficarão esquecidas na história, mas a idade não para e os da categoria anterior que vão passando para a minha, com sede de serem campeões e isso é que mantém o esporte vivo e quando a gente ganha comemoramos e quando é os outros que ganham nós é que vamos aplaudi-los e tê-los como motivação, para manter o esporte de corrida em movimento, porque ele é o próprio movimento, seja competindo ou não vencendo ou não... A saúde sempre estará vencendo enquanto o corredor continuar ativo.
Como mencionei a primeira corrida agora vou me referir trigésima corrida que foi a última que compõe esta crônica. DAY RUN 2016 DA UNISINOS acontecida no dia 30/07/2016 na Unisinos. Participei dos três quilômetros que não chegaram a tanto, pois foram 2.73 KM, onde fiz em 16,21minutos conforme a foto do meu GPS – não houve premiações para as faixas etárias, isso quer dizer que corri com todos os participantes e claro comigo mesmo.
Como informativo, sem ser importante apesar de ser o mais antigo em idade, não fui o último que passou no pórtico de chegada, ficaram uns 240 menos apressados que demoraram mais para receber o kit de sobrevivência que era: água, banana, maçã e um isotônico. Todos os corredores que chegaram antes de mim e os que ficaram após, são vencedores que estão correndo para melhorar a sua saúde... Perdedores não teve nenhum. Ao todo foram 347 participantes no masculino e feminino, sobrando para mim a 107º posição. Tá bom pra carro velho.

CLASSIFICAÇÕES NAS 30 PARTICIPAÇÕES
8 vezes campeão porque os idosos não apareceram... mas corri com os demais
4 vezes vice-campeão porque os idosos apareceram... e dos bons.
2 vezes terceiro lugar. Como correm estes idosos!
14 vezes campeão porque os idosos apareceram, e eu fui o mais apressado.
01 vez 116º lugar. – com 440 participantes – Day Run Unimed NH 2015
01 vez 107º lugar - com 347 participantes – Day Run Unisinos SL 2016

Participação de corridas : 3, 5, 6, 7 e 10 Km em treino nas cidades de: Porto Alegre, Canoas, Esteio, Sapiranga, Três Coroas, Nova Petrópolis, Taquara, Portão, Estância Velha, Campo Bom, Lomba Grande e Atlântida:

Melhores índices: 3 KM, 16m10 - 5 KM, 28m48 – 6 KM, 32m00 – 7 KM, 43m20 – 10 KM, em treino com chão batido 1h20. Melhor tempo em 3 km. 5m25 por KM –

Este é um resumo das 30 participações em corridas de rua feitas em três anos depois de superar fatos negativos... Eu pensei em treinar judô e corridas tentando além da superação, enganar a situação da velhice. Cheguei até numa das corridas escrever um cartaz provocativo na subida do pódio por não ter idosos para competir: onde estão os idosos? E quem se enganou em velhice fui eu, porque tanto no judô, aonde cheguei a disputar um torneio brasileiro de máster aos 71 anos e as 30 corridas pelo fato da minha insistência que se tornou para mim esportes desafiadores e que também motivou a entrevista no programa mistura da RBS, dirigido pela apresentadora Rodaika no inicio de 2016, que queria apresentar algum idoso e ativo... Bem ativo eu até sempre fui - agora idoso? Só quando eu ficar mais velho.
Observei nos corredores menos apresados do que eu... Que também eram atletas das ruas que corriam pela saúde, que é o correto, chegarem depois da minha entrada no pórtico final...Numa ocasião em Novo Hamburgo/RS que era só para os classificados na geral... Misturei-me com uns mil e quinhentos atletas nas três categorias, sendo que na que participei de 3 KM, haviam aproximadamente 440 atletas masculinos e femininos concorrendo: E na classificação geral cheguei no 116 posto. Este foi o meu melhor desempenho de como ser o mais apressado na geral. As vezes fica mais difícil ganhar de alguns idosos do que na geral.
No circuito de corridas do SESC acontecidos em 26 de Junho de 2016, também ficaram na turma dos não apressados nos três KM, 170 participantes, que chegarão depois dos idosos.
Isto quer dizer que a corrida não consiste em ser disputada só na faixa etária, ela se estende a todos os que correm na mesma distância programada e para os que pensam que corredores idosos devem chegar por últimos... Se enganam - eles são vencidos mas sempre vence outros.
Nas minhas pequenas vivências junto aos corredores de rua pude observar: Não só acima dos 70 anos, mas também uns poucos acima dos 80 pessoas que continuam correndo dentro do seu estilo e que demonstram que a vida continua - e no mundo visto através de internet existem casos mais raros de pessoas acima de 90 correndo, e vendo desta forma... Superação vence ações quase que impossível... Eu penso que todas as pessoas pudessem ponderar o quanto as coisas adversas que nos acontecem, poderiam ser superadas ou amenizadas com a ideia de que somos nós os responsáveis principais que podemos admitir ou não casos em que somos submetidos em uma luta que se apresenta como se a vitória fosse do nosso inimigo que se apresentou querendo nos assustar, mas nós podemos lutar contra ele e podemos derrota-lo.
Eu aludi às vitórias conquistadas e as não conquistadas, porque o que mantém os esportes em evidência é o equilíbrio do perder e vencer assim como também só o treinar e não competir tem o seu valor pela saúde... Tudo faz parte. Eu gosto de mencionar que tudo o que se faz com o esporte, não são tão importante os títulos conquistados, as medalhas adquiridas e isso são somente recordações que ficam na história, mas sim o que o esporte agrega em nossas vidas como, saúde, amizades adquiridas, saber ganhar e perder com dignidade e humildade e que são realidades que dura uma vida.
Toda a estrutura montada pelos promotores dos eventos, destinados aos que correm e que fazem dela uma remessa aos valores do esporte em forma de festa da saúde que envolve a competição, ficando mais a ideia de festa, pois lá temos música, tendas alusivas, frutas e bebidas de hidratação... Então claro é uma grande festa. E também é importante salientar sobre a importância de que todos os corredores são vencedores... Porque fizeram o mesmo percurso do campeão geral... Só que com menos pressa... E por isso são merecidamente contemplados com a medalha de finisher. Ainda vou continuar correndo por aí, até que o corpo me dê o aviso de descontinua
r.
Scaramouche
Enviado por Scaramouche em 13/05/2017
Reeditado em 21/01/2021
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