UM TREINO DE TIRAR O FÔLEGO
Eu estava vivendo lá pelos meus 30 anos, e desenvolvendo o meu trabalho como técnico desportivo, no Judô e Luta olímpica.
Fui procurado por um instrutor da Base Aérea de Canoas, que era o responsável pelo preparo de um grupo especial para atuar em situações que exigiam muita destreza e grande preparo físico nas suas funções.
O grupo estava precisando de um instrutor de técnicas de lutas, para completar o seu programa tático. Acabei sendo contratado para dar duas aulas por semana, na Base Aérea. Eu tinha que levantar cedo, pois as minhas aulas iniciariam às 7,00 da manhã.
O curso estava em andamento, onde incluía técnicas variáveis de lutas em pé, solo, e defesas táticas contra arma branca, e de fogo, e também defesas com outros materiais que poderiam ser usados para agressões.
Um dia o instrutor do grupo, falou-me: Tu podes ir assistir outro tipo de treinamento que temos, e que são feito num circuito montado no nosso campo externo: Legal: mas eu posso treinar com vocês: olha esse treino é só pra os do nosso grupo, mas como tu tens condições físicas pelo que tu fases, podemos te convidar para fazer uma experiência no nosso treinamento.
O primeiro passo do treinamento era descer e entrar em voos quando o avião corria pela pista, mas este eu fui poupado, pois era uma técnica muito exclusiva para o grupo. Fiquei só olhando a coragem e a audácia dos aviadores.
Aí fomos para o circuito externo montado num mato de eucaliptos. Vi a turma toda fazê-lo, e fiquei com um pouco de medo, mas olhar é uma coisa, mas vamos ver praticando. Eu poderia ter desistido, mas como era um desafio para mim, e eu gostava de enfrentar tabus, encarei mais esta.
Primeiro eu terei de passar pela tirolesa. Dera-me uma roldana com um cabo para se dependurar pelas mãos, em que inicialmente era pendurada no pescoço, para fazer a subida. Então me dirigi para uma espécie de teia de aranha feitas de cordas e subia por ela até chegar quase na copa do eucalipto.
Quando eu estava no meio da teia, olhei para baixo, e pensei em desistir, mas eu ainda era o Scaramouche, e apesar de ser uma façanha desconhecida, eu não poderia pensar em tal coisa. E os outros fizeram, porque eu não posso também fazer, este era um princípio que eu fazia parte de mim como atleta.
Vamos em frente. Era uma subida na vertical. E quando cheguei ao ponto máximo, tinha uma tábua que mal cabiam os dois pés. Olhei para baixo e vi tudo pequeno em relação onde eu me encontrava. Pensei: Eu aqui em cima, se eu descer pela teia, é um desgaste maior e ainda a covardia por ter que desistir, e pior do que pendurar esta roldana no cabo aéreo e descer pela tirolesa dando aquele grito para parecer de coragem. Só não posso largar, pois numa tirolesa, em que os únicos apoios de sustentação, são as minhas próprias mãos.
E lá fui eu descendo aqueles 100 metros, pendurado, por minutos que pareciam uma eternidade, e quanto mais próximo ao solo mais eu me sentia seguro, e quando chegaram a uns dois metros de distância do solo era o momento de largar o equipamento e cair contra o gramado, e dar um rolamento para compensar o impulso produzido pela velocidade, ou até mesmo saltar em pé e correr, com o mesmo propósito. Dependia de qual seria a velocidade da roldana em relação ao peso do atleta.
Passou o susto da primeira vez, e eu estava lá subindo de novo as cordas e saltados outras vezes, e o desafio foi vencido.
Depois vieram as outras provas, que não exigiam muita coragem, mas sim de um ótimo preparo físico. Subíamos por uma prancha inclinada, com muita velocidade para chegar o topo, onde pegaríamos uma corda como se fosse o próprio Tarzan, pendurados até chegar ao solo, onde passaríamos por cima de tocos de eucaliptos, e em seguida atravessamos por uma ponte que também era uma tora de eucaliptos, que começava na parte mais grossa, até afinar na outra extremidade, onde muitos caiam.
Tinha por baixo um buraco cheio de água suja, para em seguida passarmos por baixo de cordas entrelaçadas, que só permitiam um corpo rastejando, para depois passarmos por canos, que cabia um atleta também rastejando, para testar o estado de claustrofobia. Em seguida tinham outras provas e ao terminá-las, podia-se dizer: “ERA UM TREINO DE TIRAR O FÔLEGO”.
Eu estava vivendo lá pelos meus 30 anos, e desenvolvendo o meu trabalho como técnico desportivo, no Judô e Luta olímpica.
Fui procurado por um instrutor da Base Aérea de Canoas, que era o responsável pelo preparo de um grupo especial para atuar em situações que exigiam muita destreza e grande preparo físico nas suas funções.
O grupo estava precisando de um instrutor de técnicas de lutas, para completar o seu programa tático. Acabei sendo contratado para dar duas aulas por semana, na Base Aérea. Eu tinha que levantar cedo, pois as minhas aulas iniciariam às 7,00 da manhã.
O curso estava em andamento, onde incluía técnicas variáveis de lutas em pé, solo, e defesas táticas contra arma branca, e de fogo, e também defesas com outros materiais que poderiam ser usados para agressões.
Um dia o instrutor do grupo, falou-me: Tu podes ir assistir outro tipo de treinamento que temos, e que são feito num circuito montado no nosso campo externo: Legal: mas eu posso treinar com vocês: olha esse treino é só pra os do nosso grupo, mas como tu tens condições físicas pelo que tu fases, podemos te convidar para fazer uma experiência no nosso treinamento.
O primeiro passo do treinamento era descer e entrar em voos quando o avião corria pela pista, mas este eu fui poupado, pois era uma técnica muito exclusiva para o grupo. Fiquei só olhando a coragem e a audácia dos aviadores.
Aí fomos para o circuito externo montado num mato de eucaliptos. Vi a turma toda fazê-lo, e fiquei com um pouco de medo, mas olhar é uma coisa, mas vamos ver praticando. Eu poderia ter desistido, mas como era um desafio para mim, e eu gostava de enfrentar tabus, encarei mais esta.
Primeiro eu terei de passar pela tirolesa. Dera-me uma roldana com um cabo para se dependurar pelas mãos, em que inicialmente era pendurada no pescoço, para fazer a subida. Então me dirigi para uma espécie de teia de aranha feitas de cordas e subia por ela até chegar quase na copa do eucalipto.
Quando eu estava no meio da teia, olhei para baixo, e pensei em desistir, mas eu ainda era o Scaramouche, e apesar de ser uma façanha desconhecida, eu não poderia pensar em tal coisa. E os outros fizeram, porque eu não posso também fazer, este era um princípio que eu fazia parte de mim como atleta.
Vamos em frente. Era uma subida na vertical. E quando cheguei ao ponto máximo, tinha uma tábua que mal cabiam os dois pés. Olhei para baixo e vi tudo pequeno em relação onde eu me encontrava. Pensei: Eu aqui em cima, se eu descer pela teia, é um desgaste maior e ainda a covardia por ter que desistir, e pior do que pendurar esta roldana no cabo aéreo e descer pela tirolesa dando aquele grito para parecer de coragem. Só não posso largar, pois numa tirolesa, em que os únicos apoios de sustentação, são as minhas próprias mãos.
E lá fui eu descendo aqueles 100 metros, pendurado, por minutos que pareciam uma eternidade, e quanto mais próximo ao solo mais eu me sentia seguro, e quando chegaram a uns dois metros de distância do solo era o momento de largar o equipamento e cair contra o gramado, e dar um rolamento para compensar o impulso produzido pela velocidade, ou até mesmo saltar em pé e correr, com o mesmo propósito. Dependia de qual seria a velocidade da roldana em relação ao peso do atleta.
Passou o susto da primeira vez, e eu estava lá subindo de novo as cordas e saltados outras vezes, e o desafio foi vencido.
Depois vieram as outras provas, que não exigiam muita coragem, mas sim de um ótimo preparo físico. Subíamos por uma prancha inclinada, com muita velocidade para chegar o topo, onde pegaríamos uma corda como se fosse o próprio Tarzan, pendurados até chegar ao solo, onde passaríamos por cima de tocos de eucaliptos, e em seguida atravessamos por uma ponte que também era uma tora de eucaliptos, que começava na parte mais grossa, até afinar na outra extremidade, onde muitos caiam.
Tinha por baixo um buraco cheio de água suja, para em seguida passarmos por baixo de cordas entrelaçadas, que só permitiam um corpo rastejando, para depois passarmos por canos, que cabia um atleta também rastejando, para testar o estado de claustrofobia. Em seguida tinham outras provas e ao terminá-las, podia-se dizer: “ERA UM TREINO DE TIRAR O FÔLEGO”.