DIA DAS MÃES. MARIA, A MÃE DE DEUS.

Maria é Mãe de Deus?

A indagação envolve o maior mistério da humanidade, tanto religioso como científico. Quem traz a vida, quem perpetua a espécie, tem lugar central no destino do mundo. A maternidade é a raiz de tudo que vive, e a vida é sagrada. A ciência não muito explicou sobre o surgimento da vida, por outro lado, mais distante da inteligência se torna crer na mística singular que gerou o Filho de Deus e por isso é Deus, Cristo. Sob esse ângulo a ponte é a fé, auxiliada pela teologia e somas filosóficas de um São Tomás de Aquino que, pelo caminho da racionalidade, exemplifica a existência da “Primeira – Causa” pelo fenômeno da causalidade.

Ao curso da História, a Igreja Católica tem elaborado uma série de doutrinas sobre a mãe de Jesus. Quando examinamos as Escrituras percebemos que muitas dessas doutrinas não vêm da palavra de Deus, que é e sempre será reportada pelo homem, exclusive seu Filho Jesus Cristo, supervenientemente ao velho testamento, sendo um homem incomum, chegado com a Nova-Aliança.

A expressão "Maria, mãe de Deus" foi oficialmente autorizado no Concílio de Éfeso no século V. O concílio procurou resolver uma diferença entre alguns bispos em referência à divindade e à humanidade de Jesus. Pela Bíblia Jesus é apresentado como Deus que se fez carne (João 1:1,14). Muitos têm tentado separar essas duas características de Jesus Cristo, entendendo serem pessoas distintas, uma espiritual, a outra carnal.

Teólogos congraçados em Éfeso, cidade conhecida por sua exaltação de uma deidade feminina (Atos 19:23-41), não se contentaram em estudar o que as Escrituras dizem sobre a humanidade e a divindade de Jesus Cristo. Para defender o fato que Jesus é Deus, eles argumentaram assim: "Emanuel realmente é Deus, e a santa Virgem é, portanto, Mãe de Deus". Sob conceito logístico válida é a proposição. Assim foi oficializado o dogma de "Theotokos" (Mãe de Deus), uma doutrina que não se encontra na Bíblia.

Em 1950, Pio XII, pela vontade de milhões de católicos, afirmou como dogma a crença da Assunção de Maria ao céu. Agora, no início do século XXI, o Vaticano está sendo assediado com movimentos formais para exaltar Maria ainda mais. Por enquanto, não foi decidido se Roma ordenará que Maria seja vista como co-redentora, ao lado de Jesus. Maria, a Virgem, não só é veículo de máxima fé, por representar seu Filho em suas aparições, inúmeras, historicamente constatadas e autenticadas, mas pelo simples fato de ser mãe, a maior condecoração aspirada e dada por Deus a uma mulher.

Sem essa missão inigualável destinada à mulher pela natureza, passará uma vida de sofrimentos. Padre Vieira, em um de seus famosos sermões, dito na presença de toda a Corte e na Capela Real, em homenagem ao nascimento da Princesa Primogênita, mostrava a fortuna da maternidade, sic: “Mas posto que a dor do parto seja tão encarecida nas sagradas letras, ainda há outra dor maior. E qual é? A dor de não ter essa dor, a dor de não ter filhos. A dor do parto é dor da mãe, a dor de não ter filhos é dor da mãe, e mais do pai, e dos que o desejam ser, e não são. A dor do parto é dor de uma hora, a dor de não ter filhos é dor de toda uma vida: antes na mesma morte é maior dor, porque hão de deixar por força os bens e não têm a quem os deixem. A dor do parto como ponderou Cristo é dor que se converte em alegria, a dor de não ter filhos, é dor sem consolação, sem alívio, sem remédio”.

O grande tribuno sacro, Vieira, mostra a real dimensão da maternidade, seu ágape. E ela está nessa altura por ser destinatária do maior bem do homem; a vida. Ela, a vida, é raiz e fruto, a mãe de Deus, nesse contexto de projeção, é através da história o instrumento do elo divino com o maior personagem que transitou por esse planeta, Jesus Cristo.

E Vieira pergunta a Deus qual a razão de dar alguma coisa se estranhos vão lográ-las, se não são dados filhos?

E a Maria e, através dela à humanidade, nos foi dado Jesus Cristo. Nos deu tudo por nos ter dado as linhas de viver a vida que chega pela maternidade, a vida de Cristo que foi ensinamento sem desvios.

E nessa linha de amor inserido na maternidade realizada ou não por ocorrências, que parabenizo todas as mulheres, as que puderam ou não serem mães, mas que trazem em seus corações essa chama inigualável do amor máximo. Parabéns a todas as mulheres, no dia delas, das mulheres que foram ou não mães.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 12/05/2017
Reeditado em 12/05/2017
Código do texto: T5997097
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