Testando relógio

Possuo três relógios, um Mido automático quebrado (o conserto custa mais caro que um bom relogio novo), um Technos militar (tem 10 anos) todo arranhado que uso diariamente e um Seiko automático que tem mais de 40 anos. Este último nunca quebrou e funciona perfeitamente, talvez adiante um ou dois minutos por dia, só uso esse velho xodó quando vou me encontrar com os amigos. Eles ficam irritados quando balanço o braço mostrando o relógio. todos usaram um igualzinho no tempo das vacas magras, mas agora sentem vergonha do Seiko velho de guerra mas que serviu tanto e foi até moda durante um certo tempo. Antes mangavam do meu relógio, mss agora se irritam, dizem que usar uma velharia dessas é um absurdo, coisa de caduco e de cara sem noção. Fico rindo, me divirto com a irritação deles. Na verdade é, em parte, rejeição ao passado. O Seiko lembra apertos, tempos dificies, algo que desejam esquecer.

Dia desses, um deles, o mais abonado, esta rico, mostrou seu novo relógio, tem celular, computador e o escambau. Perguntei se o relógio pensava pelo dono. Os outros mostraram também os seus, relógios caros, coisa de novo-rico cafona e amostrado. E tome esculhacho no meu querido Seiko. Resolvi tirar um sarro com eles, tirei o relógio do pulso e sacodi com força no chão do bar, depois apanhei e pedi ao garçom um copo d' água, ele trouxem então botei o Seiko dentro do copo, os caras olhando calados, deixei o bichinho dar uma de Ritinha a Sereia da novela, comecei a falar em futebol e outras amenidades edepois de mais ou menos uma hora tirei a sereia do copo, aliás, o relógio, mandei-os olhar que horas ele marcava, o mais abonado disse que marcava treze horas e vinte e cinco minutos, perguntei que hora marcava o dele, menos apenas um minuto. Então fiz um desafio: - Duvido que vocês façam o mesmo com seus relógios, se são bons vão aguentar o tranco. Ninguém aceitou, aí foram eles que mudaram de assunto. Vitória do Seiko, de capote.

Adoromeu relógio Seiko. Sou um véio caduco e chato. Inté.