ROSA DO ORIENTE
Perguntaste-me um dia que era o amor e eu te disse, meigamente, que só tu mesma poderias defini-lo através da tua dor. Ficaste surpresa e teu singelo rosto se ruborizou.
Indagavas a ti própria como reconhecê-lo e classificá-lo, se cada um o definia de uma forma. Achavas sempre muito deficiente as respostas que recebias quando a alguém indagavas. Poderia, de fato um vocábulo reunir tantos outros? Por que não representá-lo apenas por uma breve explicação? A
dúvida pairava em tua mente e o tempo foi passando velozmente.
Um belo dia, tua vida, que te parecia tão serena e sem dificuldades, tomou um rumo agitado e repleto de preocupações. Teus passos não mais podiam ser governados por ti própria e já precisavas escolher minuciosamente,
as palavras que dirigias para os que de ti se acercavam. Não podias apenas sair quando o sol iluminava o céu e aquecia os que dele necessitavam.
Tornava-se necessário que enfrentasses o temporal gélido e, por vezes, perigoso, para poder salvar alguém, que estava prestes a partir. Teu canto mavioso muitas vezes foi cortado por um chamado aflito de irmão, e tua canção já embalava o ancião. E foi assim servindo ao próximo, que elevaste teu pensamento ao céu e agradeceste por teres aprendido o significado correto da palavra: AMOR.
Só então pudeste compreender que este vocábulo encerra, realmente, muitos outros, pois ele é a esperança, a fé, a compreensão, a dor e, sobretudo, a resignação. Compreendeste, entre lágrimas de alegria, que o amor só se conhece, quando se consegue transportar a dor! Segue e encontrarás felicidade.