Medo de viver
Viver quase sempre é viagem esquisita,
como se tivéssemos no dorso de um camelo em disparada,
sem ter onde segurar, nem como parar.
De repente cai temporal, fica noite com sol e tudo,
o tempo enlouquece e faz virar fornalha,
quando estava um frio danado.
A gente não recebe manual de como se virar nestas horas,
nem vem ombro amigo pra dizer que está tudo bem.
O sangue fica em pânico, a voz parece que empaca de vez.
Pois todo herói ficou menino, virou grão imberbe,
pro medo se aconchegar e abraçar tudo da gente,
tudo mesmo.
Assim ficamos até o medo se cansar de si.
Até o medo se achar um tanto desengonçado,
um tanto fora de moda, um tanto penetra nesta festa.
Então ele faz sua mala e some sem dizer adeus, some de vez.
Aí retomamos as rédeas do nosso chão e vamos em frente,
pisando naqueles mesmos medos
que tanto enfartaram nossos sonhos,
que tanto arrancaram cada fio de sorriso da nossa canção.
------------------------------------------
visite o meu site www.vidaescrita.com.br