Medo de viver

Viver quase sempre é viagem esquisita,

como se tivéssemos no dorso de um camelo em disparada,

sem ter onde segurar, nem como parar.

De repente cai temporal, fica noite com sol e tudo,

o tempo enlouquece e faz virar fornalha,

quando estava um frio danado.

A gente não recebe manual de como se virar nestas horas,

nem vem ombro amigo pra dizer que está tudo bem.

O sangue fica em pânico, a voz parece que empaca de vez.

Pois todo herói ficou menino, virou grão imberbe,

pro medo se aconchegar e abraçar tudo da gente,

tudo mesmo.

Assim ficamos até o medo se cansar de si.

Até o medo se achar um tanto desengonçado,

um tanto fora de moda, um tanto penetra nesta festa.

Então ele faz sua mala e some sem dizer adeus, some de vez.

Aí retomamos as rédeas do nosso chão e vamos em frente,

pisando naqueles mesmos medos

que tanto enfartaram nossos sonhos,

que tanto arrancaram cada fio de sorriso da nossa canção.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 11/05/2017
Código do texto: T5996153
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