A VIDA QUE EU QUERO

Fevereiro de 2013

A vida que eu quero deveria ser assim... Não, a vida que eu quero não deveria ser assim, como eu quero. A vida deve ser como a vida é e eu é que devo viver com a vida, pois quando eu nasci o mundo já existia, com seus acontecimentos maravilhosos, como também com os seus defeitos. Pois a vida existe há tanto tempo, ondá permaneciam e permanecem as guerras e os desentendimentos - a vida é como ela é - e eu sou mais um “alguém” naquela multidão que se colocado numa escala astronômica, seria tão ínfimo e com uma capacidade de viver o todo da vida tão efêmera. E, às vezes, mais efêmera ainda quando a vida nos surpreende e nos leva antes do tempo que achamos que deveríamos ter – e às vezes aproveitamos pouco.
Então temos uma vida que nós, enquanto existirmos, devemos estudá-la, saber a sua história, e termos a consciência de que o pouco tempo que existirmos, nós temos que honrar a nossa visita, e não nos metermos em guerras, que sempre existiram. Também não querer nos envolver tanto com a disciplina ou a indisciplina dos outros, e até a nossa. Não podemos ser os melhores exemplos, pois somos humanos e temos os nossos defeitos, mas temos que saber administrar a vida, para que ela não se torne um martírio para nós mesmos.
A diversidade da vida é a que a torna mais humana. Nascemos todos diferentes, e a prova disso é o nosso DNA. Mas é comum alguém querer que os outros sejam e atuem como nós. Se todos fossem iguais, acho que não daria certo. O que está faltando para nós humanos é saber a filosofia da existência – não é fácil, não é, mas é possível. Temos que amar os outros, mas primeiro temos que nos amar e sermos o melhor amigo de nós mesmos.
Viver uma vida, para si e para a sua família, e deixar os outros viverem a sua é um bom começo. Vivo parte do meu tempo numa comunidade com seres humanos e animais.... Com os animais nunca tive problemas desde que eu lá cheguei, nem com os humanos, mas tenho que usar, e muito bem, a filosofia da existência humana.
Ninguém é o dono da verdade. A verdade é saber que as maneiras de ser são da vida e não da minha verdade nem da tua verdade e nem das verdades dos outros - é a vida impondo-se da sua maneira, do seu jeito, e nós um fragmento da dela, com constante renovação para tornar a vida quase eterna.
Muitos não conseguem viver em comunidade e parecem que não são amigos de si próprios e vão para um lugar paradisíaco e se esquecem de deixar os seus ódios e as suas arrogâncias em casa. O bom seria que não conseguissem mais encontrá-las e as levassem juntas e acabassem eles mesmos consentindo e permitindo a sua angústia – mas, eles, os humanos, não têm problemas com os animais.
“A VIDA QUE EU QUERO É A QUE É POSSÍVEL”
Scaramouche
Enviado por Scaramouche em 10/05/2017
Reeditado em 17/11/2020
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