Política e Buchada

Dia desses, contei um causo verídico sobre uma buchada num sítio, numa campanha política, em que a dona da casa, antes de servir a iguaria à comitiva dos politicos, gritou para a irmã: - Lurdinha, termina logo de dar banho nesse menino que eu tô precisando da bacia pra passar o prirão da buchada.

Toda campanha política tem que ter uma bandinha de forró, foguetão, uma curriola de malandros para bater palmas, os oradores, óbvio (Jessiê Qurino diz que é necessário tamabém meia duzia de putas para animar o metting), mas é preciso também as famosas buchadas. Uma campanha sem buchada no sítio é pífia e está destinada à derrota.

Vamos a mais um causo verdade envolvendo uma buchada. Numa campanha política para prefeito de Pesqueira, em 1969, fui na comitiva do candidato do então MDB. Luiz Neves (o político mais habilidoso com eleitores que conheci)a um comício num sitio da Serra do Ororubá. Cheamos mais ou menos às onze horas e fomos logo realizando o comício, muio bom, muita gente, durou mais u menos mas duas horas, depois fomos, claro, comer a tradicional buchada na casa do correligionário de Luiz que tinha muita influência naquela Região. Ficamos esperando a vinda da famosa iguaria tomando umas lapadas de Pitu, contando piadas e todos satifeitos com o êxito do comício. Nisso chegou a buchada. Est´vamos todos esfomeados e ns dirigimos imediatamente para a mesa grande. Quando alguem abriu o primeiro buchinho costurado e que contem os miúdos, sentimos um cheirinho característico, tão ligados? Então o locutor da campanha, um dos maiores contadores de anedotas que conheci, disse baixinho quase sussurrando ao candidato a prefeito: - Luiz, a buchada tá com aquele cherinho de merda. Luiz calmo e tranquilo deu uma lição política ao locutor, também falando bem baixinho: - Laurene, para ganhar na política a gente come até merda.

Comemos a buchada tomando muita cachaça, acho que rasparam as panelas. Nunca esqueci essa buchada. Inté.