OS CARROS QUE TIVE

Vendido o carro em Salvador, ao regressar a Lins, havia a necessidade de adquirir outro com urgência. A família já estava reclamando. Era janeiro. Calor abrasador. Decidi optar pela marca Chevrolet, pois nunca tivera veículo dessa fábrica. De bermuda e sandália, atravessei a cidade para chegar na concessionária, todo suado. Estava exposto um Monza, preto, bonito. Perguntei ao vendedor, nikkey, qual seria o preço. Ele simplesmente respondeu:-É caro...E me deixou, indo para o fundo da loja. Esperei bom tempo, como ele não voltasse, sai, passei na volta na concessionária Volks e adquiri um Gol. Anda por cima deram-me como brinde uma tevê colorida de 20 polegadas. Contei essa história para os amigos e fui alvo de muitas gozações. Quem mandou ser pobre, diziam. Pobre, sofre. Aprendi que você recebe, até de vendedores, atenção de acordo com o traje que está usando.

Tive muitos tipos: fusca, fuscão, passat, variant, gordini, corcel, dkw vemag e brasília. Todos adquiridos usados. O primeiro zero foi uma brasília, por intermédio de consórcio de 50 meses. Fui sorteado no 47º mês. Que sorte...

Mas o primeiro a gente nunca esquece. Foi um dauphine, usado, 60. Chamado, carinhosamente, de Modess –a gente usa e joga fora -, ou leite glória, desmancha sem bater.

Yoshikuni
Enviado por Yoshikuni em 08/05/2017
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