LOUCAS FÉRIAS

Janeiro de 1983. Pela primeira vez, conseguia tirar as férias nesse mês, coincidindo com as escolares. Isso porque era comissionado no BB em Promissão, terceiro nível da hierarquia e possuía alguns privilégios.

Feitas as malas, decidimos: Salvador com o carro.

Nosso roteiro: Poços de Caldas, dois dias. Em seguida, Ouro Preto, onde ficamos por uns dias, também. Descemos para Guarapari, para conhecer as praias com areias monazíticas. Ilhéus, foi a próxima. O calor era tanto que só saíamos à noite. O trecho difícil foi até Vitória da Conquista. Estrada íngreme. A Brasília com quatro pessoas, mais malas, atingia 60 nas subidas. O clima é bem ameno, pois a atitude é bem alta. Recomendaram para que fôssemos conhecer Anagé. Pequena cidade, à boca do sertão. Não chovia há muito. O rio que passava por dentro da cidade estava seco. Caminhões pipas abasteciam a cidade trazendo água de Vitória. Os moradores cavavam um buraco no leito seco do rio e com a água barrenta que aparecia, tomavam banho.

Para chegar a Salvador, foi bem cansativo. O fluxo do trânsito intenso. Valeu a pena. Percorremos todos os pontos turísticos, inclusive assistir a lavagem das escadarias da Igreja do Bonfim.

Quando olhei o mapa para ver que roteiro fazer para a volta, deu-me desânimo. Procurei agência da Volks e vendi a Brasília pelo preço que ofereceram. Gastei mais da metade nas passagens de avião.

Umas semanas depois a Brasília se encontrava na agência de Lins. É que para a transferência na Bahia era obrigado pagar o ICM. Mandaram o carro para a fábrica em São Bernardo pela cegonha que voltava vazia e a fábrica mandou-a para Lins, onde era emplacada.

Uma viagem que não aconselho a ninguém.

Yoshikuni
Enviado por Yoshikuni em 08/05/2017
Código do texto: T5992774
Classificação de conteúdo: seguro