MEDINDO O NOSSO BEM ESTAR

Eu estou com 73 (hoje com 77) anos, e cada vez eu vejo a vida e o mundo se modificando e comparando com os tempos mais afastados em que vivi e até voltando àquela época mais remota, tenho observado como atualmente esta sendo medido o nosso bem estar e tenho que pensar se esta medida esta está atrelada a que tipo de indicadores.
Anúncios que vendem o consumo exagerado nos dizem que é adquirindo cada vez mais que nos levará a um objetivo de vida, e sem o consumo sua vida estará vazia sem alcançar o principal objetivo.
Ostentando a sua riqueza não deve ser o sinônimo de bem estar. Viver para ser um consumista nós passamos a ser mais uma vida transformada em mercadoria. Temos que repensar a nossa maneira de como medimos o nosso bem estar.
Como referência, eu posso citar um anuncio que acabei de ver na “mídia televisada”, de um carro de luxo, onde os técnicos e escolados vendedores anunciavam as grandes vantagens sobre aquela aquisição que enchiam os nossos olhos: O carro tem sete ar-bags, computador de bordo, estacionamento com sensores, tem mais isso e mais aquilo - pô que lindo, mas eu com o meu carro Royale 1996 fiquei lembrando-me o que este meu carro tinha de interessante e que também possuía, alguns quesitos importantes, como ar condicionado, vidros elétricos, direção hidráulica, CD, rodas de liga leve, mas tinha uma avaliação de R$ 8.000,00, que seria uns 10% do preço do carro anunciado.
Então fiz uma comparação de ambos os carros para sentir como eu avalio o meu bem estar quando adquiro algo material. O que eu tenho no meu carro e que um carro de luxo não tem: achei vários itens: meu carro não me oferecia muita preocupação. Meu carro não corria muito risco de ser furtado, e se isso acontecesse, o prejuízo seria infinitamente menor, mas o de luxo sim iria fazer diferença no bolso do seu proprietário, mas se o proprietário tivesse muita bala no seu gatilho, acho que o prejuízo seria mais leve, mas quando alguém tem muito dinheiro, também não gosta de perder. E os riscos de assalto? Tudo conta.
Meu carro nem precisava de seguro, pois valia 10% do carro de luxo, mas o de luxo precisava de seguro, ou seja, ele era roubado aos pouquinhos, e com certeza o seguro iria levá-lo todinho, e se um dia alguém o roubar, o feliz proprietário iria dizer: que sorte que estava no seguro, mas esqueceu de que o seguro já tinha levado grande parte do seu patrimônio e um dia iria levar todo. Quem sabe até já levou. Faça a conta: E quem não tem seguro? Tem os dividendos do dinheiro aplicado. É tudo uma questão contábil. Bem eu estou tentando justificar porque eu tenho um carro velho. Só isso.
Assim como eu tive essas observações, para uma melhor avaliação do meu bem estar ao adquirir automóvel e outros bens de consumo, com a finalidade de nos oferecer um melhor “conforto”: faça você, também o ajuizamento das vantagens ou desvantagens que irão pesar no seu bem estar, quando adquirir bens para seu consumo, ou ser consumido pelos seus bens.

 
“O BEM ESTAR DEPENDE DA ÓTICA EM QUE VEMOS E DE COMO AVALIAMOS AS NOSSAS DECISÕES” 
Scaramouche
Enviado por Scaramouche em 07/05/2017
Reeditado em 17/11/2020
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