O NOSSO MUNDO JUDIADO
 
Quando eu apareci no mundo em 17 de agosto de 1943, e depois crescer um pouco mais...imaginava que o mundo do qual eu estava pertencendo, era um pouco maior, do que aquele pedaço de terra que eu conseguia brincar e enxergar e pensava....que na data que eu nascia, era o início da humanidade...pensamentos de criança. Eu brincava, subia nas árvores e até decorava cada galho e o peso que ele iria suportar...que era além do meu, de suas flores e dos seus frutos, do vento e também dos pássaros - ouvia o cantar das aves, o latido do meu cão, e o uivo do vento. Sentia ao caminhar de pés descalços as urtigas, às vezes tropeçava...e caia e num gesto rápido me levantava...e algumas raras vezes tinha que desviar das cobras, e ficava feliz quando via uma lebre correndo pela mata. Era uma parte do mundo vivo que me encantava...era a forma como eu desenvolvia os meus sentidos. Eu só via as coisas boas, não tinha televisão, jornais, e o rádio que mal funcionava e quando estava bem sintonizado e combinava com os ruídos por ele emitidos...coisas de um mundo passado.
Um dia eu um pouco maior queria saber o tamanho das coisas que eu via de longe para comparar com a minha imaginação... lembrando que era uma imaginação de criança curiosa.
Quando vi uma avião nas alturas se misturando com o céu azul, envolto por nuvens, perguntei a minha mãe: qual era o tamanho de um avião? Ela que também via os aviões de longe..tinha noção de espaços, da sua maneira que não era de criança, mas não da forma correta. Abriu os braços e disse-me é mais ou menos desse tamanho, aí eu fiquei sabendo erradamente, o tamanho de um avião então éramos dois eu e minha mãe sem saber o tamanho real de um avião e de coisas vistas de longe. Naqueles tempos que eu imaginava que o mundo era melhor, e até era, onde eu vivia. Eu continuei a pensar, que tamanho seria o nosso mundo?
Esse era o meu mundo...um mundo imaginável e cheios de mistérios. Meus pais eram pobres e trabalhadores rurais, apenas alfabetizados, não tinham muito para me ensinar nem para me dar, mas era uma parte do mundo e o lugar onde eu nasci, que era o escolhido pela vida...e é ela quem escolhe, e eu teria que adaptar-me a ela...coisas que aprendi com o tempo, viver a vida escolhida pela vida. Aprendi coisas que o próprio mundo me mostrava e me ensinava. Que era a terra que estava nos dando comida, e a água que “era” limpa, matava a nossa sede, e não sei porque eu já pensava com os meus pensamentos, que era de criança curiosa, e entendia que nós humanos teríamos que preservar e cuidar daqueles bens que mais tarde aprendi que eram eles, a água e a terra, que seriam a nossa sobrevivência, e sem esses elementos da natureza ou mesmo a judiação deles poderiam colocar a nossa vida em risco...e hoje muitos que usam da sua observância, estão sentindo isso.
Mas eu continuei crescendo e descobri, que o nosso mundo, não era do tamanho que eu imaginava e que a vida não começava ali...quando eu nasci, e era muito, mas muito grande - descobri que o mundo tinha uma população também muito, mas muito grande e que a humanidade já existia há milhares de anos.
Scaramouche
Enviado por Scaramouche em 04/05/2017
Reeditado em 09/10/2020
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