VIVER PELA VIDA
 
Eu conheço um andarilho que está, pelo menos até 2013 com 81 anos de vida. Como estou reeditando este conto em 2020 ele está agora com 88 anos. Então eu lhe perguntei, como curiosidade, o que ele achava desta vida andando pelas ruas, sem direção, até parecendo que ainda não encontrou algo que buscava, ou já encontrou que é a própria vida que lhe brindou com seus 81 anos.
O andarilho então me respondeu de uma forma simples, tão simples como a sua própria vida: “a minha vida é boa, não tenho o que me queixar e nem muitas preocupações, não estudo, pois nunca frequentei aulas, sou analfabeto e até agora não senti nenhuma falta, aliás, nem sei se senti. Roupas, eu ganho. Comida, também ganho, e se eu estiver doente, vem uma camioneta do governo e me leva para o hospital... Já me levaram algumas vezes. E eu sempre volto para a minha casa, ou seja, a rua.” A morte ainda não está preparada para levá-lo, ou talvez não precise dele. Esta é uma vida real.
Valeu a pena ter vivido desta forma, que chamamos de viver pela vida e não da forma que o mundo quer – Não sei. E tu sabes?
Mas agora vamos a outro extremo: conheci um executivo que teve uma vida que possamos dizer “normal”, tinha estudado até se formar na faculdade, um ótimo emprego, carro do ano, enfim, tinha tudo o que a vida nos cobrava e nos ensinava, mas não aprendeu que tudo isso o levaria a um estresse ocasionando como consequência uma depressão. Não cuidou da sua saúde, mas o andarilho também não cuidava, mas também não trabalhava. O executivo acabou morrendo aos cinquenta e cinco anos por um ataque cardíaco. Valeu ter vivido da sua forma, que o nosso mundo nos ensina e nos cobra? Não sei. E tu sabes?
Agora eu vou deixar vocês leitores pensarem por si sós. Quando eu defendo as minhas ideias, que podem estar erradas, algumas pessoas me dizem que apesar de alguns homens viverem por viver, tem aqueles que evoluíram e fizeram o mundo crescer nas suas tecnologias com as suas invenções para a evolução do homem. E eu pergunto: não seria melhor só viver, sem inventar nada? Se nada fosse inventado, talvez não se fizesse necessário, e a vida continuaria. Um pensar meio louco, ou nós é que enlouquecemos com tantas coisas que o mundo moderno nos apresentou.
Mas vamos nos referir a alguns inventores, alguns dos bons, que revolucionaram no quesito da engenharia. Vamos então ao grande inventor Karl Benz que em 1886 colocou à disposição seu primeiro automóvel, que segundo ele seria o melhor meio de transporte. É bom lembrar que no início da invenção do automóvel tinham algumas regras que deveriam ir junto ao automóvel, uma pessoa caminhando e fazendo sinais as pessoas, para que aquela máquina maluca que andava aos passos de tartaruga não causasse nenhuma lesão aos andantes bípedes....A vida era o maior valor.
Eu então perguntaria se Karl Benz, hoje, inventaria o automóvel, sabendo que ele iria causar a morte de mais de um milhão de pessoas todos os anos no mundo, e um tanto mais de feridos, e fazer outros milhões de pessoas infelizes por conta disso? Com certeza ele iria responder que jamais iria produzir um invento que causasse tantas crueldades, é, mas esta loucura foi feita...
E nós vemos...Tudo isso, como se a vida, não valesse nada...pois a ganância, esta acima...da vida. E ao mesmo tempo vimos pessoas velhas, doentes e sem cura, sofrendo em uma cama...E não temos coragem de desligar os fios inventado pelo homem...Dando continuidade aquele sofrimento.


Meus contos são autênticos... sem correção
Scaramouche
Enviado por Scaramouche em 04/05/2017
Reeditado em 18/08/2020
Código do texto: T5989244
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