SUMIR DO MUNDO
COMO eu gosto de escrever! É uma das maneiras de me dar esse prazer, e até para buscar um pouco do estudo adormecido, quero dizer, uma falta de um estudo maior. Eu tenho lido alguns autores e vou citar a crônica “A morte como consolo”, escrita pela talentosa Martha Medeiros, na qual ela diz que quando está muito preocupada com alguma coisa pensa: eu vou morrer. Claro que todos nós vamos morrer, é óbvio.
Depois eu li também em crônicas do PhD Richard Carlson, que também se refere a uma pessoa que está com problemas que parecem sem soluções. Diz ele que a pessoa deve transformar este problema para daqui a cem anos. Fácil. Com certeza o nosso problema atual não terá nenhuma importância daqui a cem anos.
Então nós temos aí duas maneiras de resolver um problema, mas claro que tem outras formas.
Até fica fácil, pois se nós vamos comparar o tempo com os milhares de anos que a vida já teve e terá, somos apenas uma parte ínfima dela, e sumir do mundo ou passar o problema para daqui a cem anos, ou bem menos dependendo da sua idade, fica mais fácil. Então por que nos preocupar?
Só que agora eu fico a pensar, e não quero ficar sozinho neste pensar. Por favor, ajudem-me. Se nós nascemos, queremos viver o mais que a nossa vida puder nos oferecer, apesar de sabermos que vamos morrer. Então por que a maioria não aceita a morte como uma consequência de termos vividos? Se morrer não importa em qualquer idade, a vida acabou, e quem morre não está mais se ligando para nada, mas está dando mais lugar para a continuação da vida. A sua vida cumpriu a sua permanência como vivo, e depois de morto, não importa como viveu – apenas sumiu do mundo.
Eu também já sofri, mas deixei de sofrer, pois consegui transferir esta dor para logo ali mais adiante trinta anos, ou antes, mas alguns sofrem para o resto da vida. Alguma coisa está errada. Sãos os erros da vida, ou nossos? Não sei, e por isso eu vou continuar pensando antes de sumir do mundo.
Meus contos são assim...sem correção
 
Scaramouche
Enviado por Scaramouche em 04/05/2017
Reeditado em 28/09/2020
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