QUANDO O ESPORTE ATRAPALHA

 
MEUS CONTOS NÃO TEM EDIÇÃO... SÃO ASSIM.
 
Publicada no dia 04 de Dezembro de 2012, uma matéria escrita no jornal Zero Hora, de Porto Alegre, intitulada “Quando o esporte atrapalha”, com uma pesquisa realizada com adolescentes nascidos em 1993 em Pelotas/RS. Abordava o lado negativo do excesso de tempo destinado às práticas esportivas, ocasionando perdas no currículo escolar. Os resultados foram divulgados numa das mais importantes publicações de saúde mundial no americano “Journal of Adolescent health”.
Na pesquisa foi apurado que os alunos faziam a prática esportiva mais de mil minutos por semana, considerado excessivo pela medicina esportiva.
Eu fui técnico esportivo há algum tempo. Ministrei aulas de judô e luta olímpica. Eu sempre defendia que a prática esportiva para crianças deveria ser dosada e com lazeres compartilhados – sem deixar que a criança pulasse o período de ser criança.
Digo isso porque eu fui criança. Uso, como autodidata da observância e um pouco de filosofia, que depois, nas minhas leituras, pude verificar que os estudiosos nesse assunto pensavam como eu, ou eu pensava como eles.
Mas na vida as pessoas às vezes deixam de pensar e seguem o ritmo da vida, como o mundo está nos mostrando, como se ele fosse o guia de como devemos fazer – mas pensar é preciso.
Então, a maioria dos pais gostaria que o seu filho fosse aquilo que ele não foi – o pai se projeta no próprio filho. Os técnicos, ao conseguir que seus alunos sejam campeões, se intitulam ou se consideram os melhores. As instituições que organizam os campeonatos cobram taxas de inscrições pensando mais na própria receita do que na evolução do aluno, no seu bem estar e num treino compatível.
E o resultado é o excesso de treinamento ao aluno, aumentando os riscos físicos, além dos prejuízos nos seu desempenho na escola. Tudo tem o seu tempo certo, e devemos escolher os que querem e têm condições técnicas e treiná-los separadamente.

“A PRÁTICA ESPORTIVA INFANTIL É IMPORTANTE, MAS NÃO DEIXE QUE A PRÁTICA LHE TOME A CRIANÇA QUE VOCÊ É, NEM O SEU ESTUDO”