EU SOU...

EU SOU...

Eu fui descoberto! Descoberto?! Será?

Não! Não! Não! Mil vezes não!

Eu não fui descoberto... eu fui encontrado!

Encontrado!

Invadido!

Explorado!

Sim... desde que o D. C. contava 1500.

Eles vieram de lá; de lá de longe...

De todos os tipos e de todas as cores,

De cores claras; quanto mais claras mais ávidos de me explorar.

Eu logo cresci e cresci muito...

Cresci sendo estuprado: estupro econômico, político, social...

E eu engravidei... mas não abortei!

Eu tive filhos; milhares de filhos! Milhões de filhos!

Filhos de todas as espécies, de todas as cores

De todas as raças, de todos amores.

Filhos lindos; filhos insistentes, persistentes

Filhos de uma mãe que ama e que ainda sofre;

Que continua sendo explorada, estuprada, violentada

Mas que continua; que segue em frente, rumo à glória

De continuar de pé, de continuar gigante, acolhedora...

Reagindo, persistindo, navegando mesmo nas águas turvas

Daqueles que são minoria a tentar esmagar uma maioria...

E, mesmo que tenha que esperar

Que o D. C. atinja o dobro de quando tudo começou,

Estarei aqui, gigante pela própria natureza, e afirmando a plenos pulmões,

A quem ouvir queira:

“ VERÁS QUE UM FILHO TEU NÃO FOJE À LUTA! ”

... O BRASIL!

MAURICIO IRINEU
Enviado por MAURICIO IRINEU em 03/05/2017
Código do texto: T5988919
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