EU SOU...
EU SOU...
Eu fui descoberto! Descoberto?! Será?
Não! Não! Não! Mil vezes não!
Eu não fui descoberto... eu fui encontrado!
Encontrado!
Invadido!
Explorado!
Sim... desde que o D. C. contava 1500.
Eles vieram de lá; de lá de longe...
De todos os tipos e de todas as cores,
De cores claras; quanto mais claras mais ávidos de me explorar.
Eu logo cresci e cresci muito...
Cresci sendo estuprado: estupro econômico, político, social...
E eu engravidei... mas não abortei!
Eu tive filhos; milhares de filhos! Milhões de filhos!
Filhos de todas as espécies, de todas as cores
De todas as raças, de todos amores.
Filhos lindos; filhos insistentes, persistentes
Filhos de uma mãe que ama e que ainda sofre;
Que continua sendo explorada, estuprada, violentada
Mas que continua; que segue em frente, rumo à glória
De continuar de pé, de continuar gigante, acolhedora...
Reagindo, persistindo, navegando mesmo nas águas turvas
Daqueles que são minoria a tentar esmagar uma maioria...
E, mesmo que tenha que esperar
Que o D. C. atinja o dobro de quando tudo começou,
Estarei aqui, gigante pela própria natureza, e afirmando a plenos pulmões,
A quem ouvir queira:
“ VERÁS QUE UM FILHO TEU NÃO FOJE À LUTA! ”
... O BRASIL!