Fotografias

Sentada no sofá estava eu, com os pensamentos divagantes, perdidos por entre estradas da memória. Olhos fixos, limitados a apenas ver o que havia em sua frente: pedaços de papel coloridos – fotografias – dispostos geometricamente na parede. Como se os pensamentos fossem nuvens e eu pudesse dissipá-los com um simples abanar de mãos, tratei de dispersá-los e meus olhos se abriram para apreciar aqueles simples retratos de momentos vividos, registrados para toda a eternidade.

Limitei-me a fazer apenas isto: observá-los e relembrar de todos os momentos que com tanto carinho selecionei, para que fizessem parte do mural da minha vida. Cada pessoa que ali está, se fez importante em determinado momento, companheiros desta longa e louca jornada que é viver.

A partir daquelas singelas imagens, comecei a desenrolar os filmes de minha memória, relembrando histórias tão incríveis de momentos de alegria e riso frouxo que pude compartilhar ao lado daquelas pessoas. Pensei em quantas histórias que aquelas fotos penduradas na parede, ou aquelas que estão engavetadas não guardam consigo. E como tantas histórias estariam perdidas se elas não existissem.

Uma pena que nem todos os momentos possam ter este registro palpável, para que outras pessoas pudessem vê-los na posteridade. Histórias que por vezes se perdem ao longo dos anos; que se perdem quando as pessoas se vão.

Os olhos são as nossas principais lentes registradoras de momentos, e lamentavelmente, ainda não inventaram como transmitir esses registros que ficam armazenados apenas em nossa memória, podendo ser revelados meramente, através das palavras.