IMAGINO (Phellipe Marques)
Imagino o momento da inspiração, a causa, o motivo e a razão para escrever.
E nem tudo consigo, nem todo amor e sentimento, nem todo riso fácil.
Imagino um quarto escuro e solitário e lá o coração do autor, trêmulo e ansioso pela chegada.
E sentado à meia luz está o poeta e suas letras, jornadas e conquistas, desilusões e esperanças.
Imagino que todas as belezas desse mundo nascem da loucura daqueles que ouvem a música que outros não conseguem.
E versos tornam-se eternidade num cerrar de olhos e suspirar de imagens da pessoa amada.
Imagino que a orquestra lança o primeiro acorde quando o compasso do coração já rege as nossas ações.
E toda glória de uma nova crônica já se deu, não importam as críticas.
Imagino que vidas são feitas de notas, olhares de eternidade, entregas de composição, eu e você de serenidade.
E cada registro é ínfimo diante da grandeza do que sinto agora.
Imagino a vida inteira ao seu lado, compartilhando o que há de melhor nesse grande amor.
E o melhor nos faz bem, tornando cada momento gratificante, de fato uma escolha de paz.
Imagino as cenas do cinema vividas na vida real, encontro e reencontro, amor e final feliz.
E tudo se traduz em verso e registro para que um dia outros possam se enxergar.
Imagino a força que invadirá seu coração nessa nova leitura, novo viver de possibilidades.
E o sorriso misturado em lágrimas que surgirá ao perceber que você se faz presente indistintamente.
Imagino John Barry regendo a canção que nos leva pelo céu azul.
E lá somos duas entidades iluminadas: platéia e protagonistas.
Para todo o sempre...