INEBRIANTE

Quando fui servido, não tinha a menor noção da grandiosidade do que me foi dado!

Um pequeno frasco em minhas mãos!

Teria que conservar!

O tempo com sua alquimia de transformar,de melhorar!

Não é assim com os melhores vinhos?

Indefinido paladar!

Parecia ter dois sabores que brigavam entre si por uma degustação!

Agridoce talvez!

Um pequeno amargo ao meio como se quisesse apartar a briga!

E confundiam o real paladar!

Nada saciava o que eu sentia!

Descaradamente, usufruía,tanto quanto podia!

Sedento!

Poderia ser moderado, mas não tinha modos perante o desejo!

Obtive conselhos!

De pessoas que aprenderam sozinhas o significado da palavra!

Calma!

Eu não escutava ou não queria ouvir!

A conveniência gritava tão alto que era impossível escutar outra voz!

Apenas uma unidade me foi entregue, e observei que já estava ao meio,era o que parecia,ou se não bem perto de terminar, Acreditava nisto pelo tempo que eu estava consumindo!

Talvez rápido demais!

Tinha um envólucro quase indefinido que envolvia toda a substância,não me deixando ver por dentro!

Parecia ter meu nome no transparente rótulo!

Em certo momento resolvi ir mais devagar!

Um medo evasivo me tomando conta!

Queria voltar no tempo para uma real apreciação!

Não aceitaria a taça vazia!

Queria um dia tomar um porre,pareceria a morte precocemente concebida!

Então não!

No princípio eu consumia sem respeito algum,hoje aprecio com certa moderação de quem valoriza cada gole degustado, antes que chegue ao fim!

Desta Inebriante bebida chamada vida!

(Do meu livro: Escultor de Frases)

(Uma Resposta para o Mundo)

(Autor: George Loez)

George Loez
Enviado por George Loez em 28/04/2017
Código do texto: T5983895
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