Sobre a solidão
Estar, em um ambiente repleto de sinais herméticos, faz-me entrar em um escorrego de perplexidade. Essa indecisão deixou de deter o caráter voltado a um único aspecto específico, porém, agora, refere-se a tantas outras áreas da minha vida. Parece que, nesse jogo, quase interminável, se olhar por outros ângulos, eu me desconheço, gradativamente, e perco a capacidade de conhecer outras pessoas também. Já não tenho mais o controle dos meus sentimentos, das minhas concepções e nem mesmo das minhas relações, não que seja de forma autoritária, mas no sentido de ausentar o bem-estar. Tudo se tornou mais obscuro e é como se eu tivesse que pôr minhas mãos em uma caixa desconhecida todos os dias.
Não é privilégio estar em uma situação, sempre, desconfortável e infeliz, a fim de afirmar que irei enfrentar esse mesmo quadro daqui para frente e que terei a oportunidade de conhecer o meu limite. E se já me descobri e cheguei ao máximo do meu eu? Se a minha voz e as minhas atitudes já não refletirem mais em nenhuma compaixão alheia e preocupação? Onde está o meu valor? Onde reside o amor?
Indagações frequentes e respostas cada vez mais desesperadoras. O que aparenta é que, quanto menor for a quantidade de competidores, melhor será. Irrelevante a causa que os fez desistir. Afinal, vivencia-se, em uma sociedade, totalmente, interesseira e cega de moralidade e ética. Se não conseguiu, é porque deveria ter dado além, não é mesmo? Como defesa, essa pergunta foi, realmente, tomada pela figura de linguagem.
Uma coisa é certa: o benefício e vantagem que pude retirar de toda essa experiência foi poder enxergar o quão ruim o ser humano é e como estamos ficando, de maneira mais intensa do que nunca, individualistas. Sufocante. Desanimador. Não sei a que fim isso tudo me levará, cabe a você, leitor(a), imaginar. Fique bem.