Agora dize-me pequena amiga se não é verdade que gostas de passear sozinha por estradas desertas.
Vês ali um recanto delicioso:
Álamos, e bétulas formam, em fila dupla, um refúgio de paz, de amor e de silêncio.
Nos lados as valas que na primavera estão repletas de água, que escorre cantante, em meio a cílios esbugalhados de margaridinhas e não-te-esqueças-de-mim.
Mas convida- te também o descanso num terraço florido, que descortina as verdes ondas do mar ou um lago azul e em noites de lua cheia, quando no outono o céu resplandece de estrelas, gostas de velar os cotovelos no parapeito compondo sentidos versos de amor, com os cílios umedecidos de lagrimas.
Por que choras? Não o sabes...
Há em ti algo que necessitas de desafogo
Amanhã quando estiveres com teus irmãos e amigas serás novamente alegre sem medidas, mas hoje tem vontade de chorar...
És como foram as meninas do seculo dezoito e como serão as meninas de amanhã, quando o hoje será para ti ontem, pois ainda que existam diferenças entre um seculo e outro, a mulher do seculo dezenove seja desembaraçada e mais atrevida, no fundo da alma é sempre uma criatura sensibilíssima e sonhadora.
A melancolia é um sofrimento íntimo e muito doce que nasce no interior e se manifesta em rios de lagrimas.
É o tempo em que a própria música te faz sofrer, mas o soluço do violino, ouvido em horas de silêncio e solidão, te faz verter lagrimas.
Bem como acontece quando ouve uma canção de suave nostalgia
E dos poetas, escolhes o que mais tocam sua sensibilidade.