Agora dize-me pequena amiga se não é verdade que gostas de passear sozinha por estradas desertas.

Vês ali um recanto delicioso:

Álamos, e bétulas formam, em fila dupla, um refúgio de paz, de amor e de silêncio.

Nos lados as valas que na primavera estão repletas de água, que escorre cantante, em meio a cílios esbugalhados de margaridinhas e não-te-esqueças-de-mim.

Mas convida- te também o descanso num terraço florido, que descortina as verdes ondas do mar ou um lago azul e em noites de lua cheia, quando no outono o céu resplandece de estrelas, gostas de velar os cotovelos no parapeito compondo sentidos versos de amor, com os cílios umedecidos de lagrimas.

Por que choras? Não o sabes...

Há em ti algo que necessitas de desafogo

Amanhã quando estiveres com teus irmãos e amigas serás novamente alegre sem medidas, mas hoje tem vontade de chorar...

És como foram as meninas do seculo dezoito e como serão as meninas de amanhã, quando o hoje será para ti ontem, pois ainda que existam diferenças entre um seculo e outro, a mulher do seculo dezenove seja desembaraçada e mais atrevida, no fundo da alma é sempre uma criatura sensibilíssima e sonhadora.

A melancolia é um sofrimento íntimo e muito doce que nasce no interior e se manifesta em rios de lagrimas.

É o tempo em que a própria música te faz sofrer, mas o soluço do violino, ouvido em horas de silêncio e solidão, te faz verter lagrimas.

Bem como acontece quando ouve uma canção de suave nostalgia

E dos poetas, escolhes o que mais tocam sua sensibilidade.

 

 

Memórias de uma abelhinha de Irati
Enviado por Memórias de uma abelhinha de Irati em 20/04/2017
Reeditado em 18/07/2024
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