Escada de Inferências
No estudo do diálogo existe uma “Escada de Inferências”. O primeiro degrau refere-se aos “dados observáveis”; o segundo, trata as “interpretações”; o terceiro... os “julgamentos”; o último degrau é o das “generalizações”.
João estacionou o carro na garagem, mas ao invés de entrar em casa saiu a pé, pois precisava comprar leite. Neste meio tempo, sua mulher chegou. Ela abriu o portão e deu de cara com o carro. Maria sorriu acreditando que João já estava em casa. E o chamou, o procurou pelos cômodos, mas nada. Intrigada voltou ao carro e notou que estava aberto. Sentou-se ao banco do motorista e logo notou uma pequena sacola plástica. Maria tomou-a nas mãos e logo derramou seu interior no banco ao lado. Para sua surpresa não havia nada além de várias camisinhas. “Mas, eu e o João não usamos camisinhas?”. Maria entrou furiosa casa adentro. A cabeça dava voltas. Sua primeira reação foi ligar para os pais. Já aos prantos confidenciou à mãe que o marido estava tendo um caso e que ela já havia decidido se separar...
Algum tempo se passou e João retornou da mercearia. Percebeu a moto de Maria e sorriu. Procurando, encontrou-a no quarto, aos prantos, sentada à cama com uma mala pronta ao seu lado. “O que é isso, Maria?”. “Você está me traindo, João!”. “De onde você tirou essa ideia, Maria?”. “Não negue, porque encontrei essas camisinhas no carro. Como você me explica isso, hein?!”. “Como eu explico? Você não me pediu, criatura, para comprar algumas camisinhas antes de viajarmos? Ora, foi ideia sua: enchê-las com água, mas com um pequeno furo, para que dessa forma suas plantas não morram de sede...