Equilíbrio
“Tente evitar situações e pessoas que tiram você do seu eixo”. Esse é o conselho de Célia Leão, consultora de etiqueta e autora do livro Boas Maneiras de A a Z. Mas será que isso é realmente possível? Como evitar conviver com pessoas que têm o dom de minar sua paciência? Você conhece um chefe assim? Um amigo? Colega de trabalho? Concorrente?
A verdade, em muitas situações, é aquela em que cada pessoa defende a sua. As verdades são aspectos estranhos na existência humana; em última instância se definem, se aproximam, ou divergem. O problema se dá quando a verdade do outro lhe afronta até as entranhas. Nesse caso, aliás, duas possibilidades são possíveis: ou você relaxa ou explode. A maioria explode. Explode com quem não devia, com quem não merecia.
Há uma canção (Minha Alma/O Rappa) que diz: “Qual a paz que eu não quero conservar para tentar ser feliz?”. Essa frase leva à reflexão de que é preciso lutar, quando se almeja um quinhão de felicidade; que, eventualmente, terá de se opor a pactuar; que terá de discordar para ter voz. Voz que pela altura e timbre exige um custo, reclama um preço, às vezes alto demais. Mas, a vida é assim: ela não precisa ser justa, isso é tarefa para os homens.
Um grande amigo, a respeito destes pequenos conflitos necessários a favor da alma humana, certa vez me disse: “Nada como o tempo para colocar cada pedra no seu lugar”.
Se os conflitos são inevitáveis, cabe mesmo a nós evitar quem os possa colocá-los em movimento. Ter esse conhecimento é metade da solução. A outra metade tem a ver com equilíbrio, autocontrole e elegância.