O Amor
O amor!
Desde cedo a gente criar/aprende a ideia de que parar ser feliz, precisa-se amar. A gente vive lendo de poetas e vendo na TV que a vida sem amor é sem graça, é triste, é vaga. Eu concordo! Concordo em gênero, número e grau, pois sem amor nada é feito intensamente, nada é feito com verdadeira vontade e satisfação. O máximo que consegue-se chegar perto de ter vontade verdadeira e satisfação, é quando faz-se algo por vingança, mas isso sempre vai deixar um gosto amargo na garganta. O amor não deixa! O amor deixa o gosto mais doce que pode-se imaginar, a satisfação mais plena que já se ouviu falar e a vontade mais profunda que se pode sentir. Por ser tão óbvio, intuitivo e instintivo tudo isso, vive-se à procura desse tal amor. Cadê o meu amor, o seu amor, o amor de cada um? Figura-se um parceiro para chama-lo de tal, viver por ele e esperar a reciprocidade. Essa buscar pelo parceiro certo ou ideal é tão desesperadora que às vezes enxerga-se amor num tesão, num interesse financeiro, numa embriaguez. Até aí tudo bem! O tesão vai embora e no máximo deixa uma certa culpa. O interesse acaba, ou vira algo abusivo e já já passa. A embriaguez, ahh, essa a gente esquece. Mas e a busca pelo amor? Ela continua! Continua, e continua, e continua. E agarra-se a relacionamentos falidos, na esperança de amanhã melhorarem. Agarra-se a “eu falei que era o amor da minha vida”, ou mesmo às cobranças de terceiros: “Mas você não disse que era o amor da sua vida? Era tanto amor no Facebook.”. Assim se criam os casamentos falidos, com adultério, abusos, ou simplesmente sem o tal amor procurado. E aí? Então cadê o amor? Alguém sabe me dizer porque é tão difícil assim encontrar esse danado? Ora! Eu tenho uma sugestão. Que tal apagar a tal figura de um parceiro sexual, de um marido ou esposa, namorado ou namorada e simplesmente entender o que é o amor, de fato?! Aquele mesmo amor que você sente pelos seus pais, pelo seu cachorro, pela árvore que cresceu junto com você, pela sua bike, seu computador. Tanto amor em volta de você e você nunca havia enxergado. Não é possível! Ou é? É, pode ser... É, com certeza! Tanta vontade de ter um amor, que você nem percebeu que tinha vários, que juntos dentro de você formavam um amor bem maior do que você pode imaginar. Um amor que já é o bastante para te fazer viver muito feliz, afinal não é o amor a base da felicidade? O amor está em tudo que te faz feliz, em tudo que te deixa contente. Um parceiro, uma parceira, é só alguém com quem você deve compartilhar todo esse amor que já vive, e essa pessoa também deve compartilhar todo o amor que ela vive com você. Daí vai surgir mesmo um relacionamento sem abusos, com respeito, confiança e cada dia mais um vai querer viver esses amores com o outro, compartilhando, aprendendo, ensinando. Então para de se prender a alguém achando que é por amor. Para de buscar alguém pensando que vai encontrar o amor. Viva os SEUS amores e quem sabe um dia possa compartilhá-los com alguém. O principal é entender que é muito possível amar sozinho, é possível ser feliz sozinho. Vai depender para quais amores você prefere olhar. Os que te fazem sorrir ou os que te fazem chorar.
Walter Vieira da Rocha
16 de abril de 2017
Às 04:45h