Tempo de tudo (uma reflexão sobre a passagem humana)
Conta-se o tempo de tudo. O tempo que se esvai pelos ponteiros dos relógios; tempo... A passagem breve de uma vida que mergulha na existência, afundando-a a cada minuto, horas, dias... Tempo tão efêmero; porém, eternizado no lapso constante da sorte de respirar.
Mas como são gostosos alguns tempos contados. Tempo das festas de aniversário, dos esperados fins de semana, dos passeios de carro, ônibus, barcos; das caminhadas com amigos. Tempos gerados pelo encanto de qualquer partida; tempo que volta: em que a natureza da vida suspira aliviada.
Por outro lado, como existem facetas diferentes em cada tempo. Tempo de tantos comportamentos; tão estimulantes e, por vezes, tão apáticos que geram conformismos. Sim... Cada face humana, animal, influi em cada instante vivido, cada passado, presente, ou futuro.
Desta maneira, com caras felizes um tempo é contagiado. Inebriante tempo: apreciado e vivido verdadeiramente. Mas com qualquer dor, o sofrido tempo arrebata, destrói; é como não existisse o tempo, ou um vácuo constante do nada. A vida morre, talvez não literalmente, mas morre por dentro: a cada segundo do tempo.
Em outros casos, como são incertos tantos tempos. Tempo do medo, da inquietude, da latente vida que não aparece; despreparado tempo vivido por pessoas. Tempo...
Venenoso, gerado pela malícia dos que nos incomodam, dos que talvez não mereçam o tempo que têm; tempo fragilizado, dos oprimidos, dos pobres, dos que lutam para serem fortes.
E o futuro tempo. O tempo que não existiu e não existe. O que diriam os profetas sobre esse tempo? Seria o tempo só de Deus, só das estrelas que vão brilhar? Tempo misterioso. Quase perfeito, quase que ainda não veio. Outros tempos...
Assim são todos os tempos. Tempo de tudo, tempo de nada, do passado, dos que
vivem, viverão, ou do tempo que não nasceu, mas está por vir.