MORTE E NASCIMENTO

Fomos levados a acreditar que a vida é um eterno recomeço.

Que tudo que não dá certo assim, pode ser refeito de outro jeito.

Como quando o ano termina e o outro chega com todas as promessas de um grande recomeço.

Sempre uma nova chance , uma folha em branco pronta pra ser preenchida, um novo advento.

Analisando essa adolescência interminável e essa disposição infinita de tudo recomeçar, cheguei à conclusão de que a vida é feita mesmo de morte e nascimento.

Não matamos o que vivemos, mas pra que o novo nasça é necessário a morte de velhos conceitos.

"Folha em branco, grafite e borracha", foram feitos pra outros momentos, mas usados como metáfora em alusão ao "novo", foram incorporadas e remetidas ao eterno direito do erro, onde tudo passa a ser apenas um re"fazer", um re"escrever", um re"começo".

Enfim, onde nasce o novo e onde morre o velho, cada um dentro do seu tempo, encontrará o certo momento, de esvaziar seus interiores de velhos conceitos e sentimentos que já não fazem mais sentido, pra que o novo tenha espaço ao nascimento, pois como dizia o sábio Rubem Alves, nessa pequena porém infinitamente sábia colocação, "Todo fim venta um começo".

Rita Aroni
Enviado por Rita Aroni em 14/04/2017
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