AS AGAROFOBIAS NOS COLETIVOS !
Estou voltando para casa, depois de um longo dia cansativo de trabalho, no interior do coletivo das 22:40 em plena segunda-feira com suas ruas escuras e desertas, quase que não se vê ninguém, nem um cachorro.
Ainda dentro do ônibus, olho ao meu redor e posso visualisar com meu olhar 360 graus um punhado de passageiros. Seriam uns 15 ou 20, sei lá, quem sabe?
Num instante fico a imaginar "mas caramba, como é ruim ser motorista e cobrador numa hora desas? Nessas ruas tão desertas de uma segunda-feira? E não se vê nenhuma viatura sequer para inibir uma possível investida de algum meliante? Como é que pode?
Além do mais, poucos lembram das dificuldades deles que trabalha no transporte. "Quando encerra o expediente, como eu fazem para chegar em casa, se não tem mais ônibus? É complicado."
Logo na primeira parada às 22:50, desce um passageiro eu exclamo em pensamento; "um a menos". Mas não seria melhor que ele estivesse entrando ao invés de saltar e nos deixar de fazer companhia? Ah se esse ônibus tivesse lotado, pelo menos a possibilidade de assaltos seria bem menor.
Ah! mas que bobagem, coletivo vazio ou cheio eles quando estão na bruxa assaltam mesmo.
Eis que às 23:10, o motorista para num ponto e rapidamente sobem dois passageiros para mim bastante estranhos. Um de boné, e o outro também. E agora, o que é que vai acontecer?
Ma, para alívio e nossa surpresa geral, os caras eram amigos do motorista. Caroneiros que cumprimentaram o motorista de maneira ruidosa quebrando assim o silêncio das bocas, e da engemonia do motor barulhento daquela condução.
Bem, eu que já estou bem próximo do meu ponto à 5 minutos, me preparo para saltar é claro.
Tiro meu MOTO G novinho da meia, ponho no bolso direito e me levanto já pedindo ponto.
Assim, o motorista parou o coletivo e eu desci para caminhar 8 minutinhos para minha casa naquela rua deserta de segunda-feira.
E aquele ônibus, segue rápidamente o seu destino, levando consigo seus passageiros e os dois caroneiros ruidosos, o cobrador e seu condutor o motorista.
E eu murmurei: " Que Deus lhes dê livramento e os conduzam em segurança para os seus lares".
JOSÉ JOAQUIM SANTOS SILVA
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