Hoje é doze de abril de 2017


É quarta feira no meu bairro, na minha cidade, estado e país. Dia tipicamente brasileiro, não é feriado, mas é feriado, chamado FERIADÃO. Véspera de comemoração religiosa regada a chocolate em forma de ovos.Gosto de chocolate e de ovos, gosto dos ovos galináticos e chocoláticos.

Às vezes os ovos sacaneiam a gente, tanto os galináticos quanto os chocoláticos. O da penosa pode sair da casca estragado, o do cacau pode ser completamente analfabeto no que diz respeito ao cacau, nunca ouviu falar em cacau. Culpa do seu analfabetismo, se fosse letrado teria lido Jorge Amado e saberia o que é e para o que serve o cacau, tendo assim conhecimento de ter sido enganado por seu fabricante ao dar à ele o nome chocolate. Analfabetismo é coisa grave e séria.

Sou analfabeto em vários aspectos, tento entender o que não entendo, tento aprender o que não sei, tento apreender para entender e conhecer. Mas meu esforço nem sempre é recompensado com o aprendizado.

Em mil novecentos e noventa prometi à mim nunca mais me apaixonar. Se ferrei, mordi a língua prometedora por culpa do meu coração filho da puta que caiu de quatro com todas as suas válvulas por uma mulher espetacular. Espetacular por dentro e por fora, mas ela me deu o fora e agora eu estou chocolate sem cacau, ovo que quem comer vai passar mal.

Preciso decretar FERIADÃO amoroso perpétuo no meu coração. Sou senhor de idade com quase 68 anos, alcunha idoso, não fica legal nessa fase do fim da vida essa coisa de amor adolescente que fode com a paz da gente.

Eu não sou e nunca serei, mas à quem for...
Boa páscoa, regada com fé e ovos cacaueiros.


Pós crônica desbafo:
Não costumo colocar músicas temas em meus escritos, não colocarei nesse, mas coloco a letra de uma que tem tudo a ver.



Quando o Amor Acontece

Coração
Sem perdão
Diga fale por mim
Quem roubou toda a minha alegria
O amor me pegou
Me pegou pra valer
Aí que a dor do querer
Muda o tempo e a maré
Vendaval sobre o mar azul

Tantas vezes chorei
Quase desesperei
E jurei nunca mais seus carinhos
Quando o Amor Acontece

Ninguém tira do amor
Ninguém tira, pois é
Nem doutor nem pajé
O que queima e seduz, enlouquece
O veneno da mulher

O amor quando acontece
A gente esquece logo
Que sofreu um dia
Ilusão
O meu coração marcado
Tinha um nome tatuado
Que ainda doía
Pulsava só a solidão

O amor quando acontece
A gente esquece logo
Que sofreu um dia,
Esquece sim
Quem mandou chegar tão perto
Se era certo um outro engano
Coração cigano
Agora eu choro assim
 
Yamãnu_1
Enviado por Yamãnu_1 em 12/04/2017
Reeditado em 12/04/2017
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