Negociar emoções
Trabalhos como o de Daniel Goleman sobre a Inteligência Emocional e o de Howard Gardner, com a sua Teoria das Inteligências Múltiplas, contribuíram para que o mundo do trabalho percebesse: a competência técnica não pode ser o fator determinante numa contratação. Ou seja, a titulação por si mesma não garante o sucesso, uma vez que é preciso ter um perfil comportamental que seja adequado às expectativas de quem contrata.
O livro de Goleman, Inteligência Emocional, que se baseia em pesquisas científicas, afirma que a inteligência está ligada à forma como negociamos as nossas emoções. Quem é que não se viu trabalhando além do horário, quando na verdade queria era estar em casa? Ou negociando também com o próprio corpo, um esforço maior a fim de entregar um trabalho no menor tempo possível?
Quem já não teve que demonstrar humildade e aceitar uma sugestão de alguém cujo olhar foi mais fundo enquanto o seu ficou à deriva na superfície? Ou, teve de sufocar o ímpeto de ir numa direção, porque o grupo entendeu que o melhor caminho seria outro? Ou, ainda, já não teve de se controlar, alinhando as ações, o tom e as palavras, em uma reunião em que os ânimos se exaltaram?
A forma como se lida com os próprios sentimentos é sim prova de Inteligência. Veja, os sentimentos sabotadores estão aí para negociar, testar a inteligência de suas possíveis vítimas, com conselhos ao pé do ouvido. Eles dizem: desista do curso, dos estudos, de um sonho e até de você mesmo.
O mundo do trabalho é a “grande arena” em que os sujeitos estão a todo momento negociando ao apelo da emoção, ainda que muitos estejam indiferentes aos estados de ânimo.