SER SÓ
           2017  -   14,00hs
           Acordar, café e remédios.
          Despertar de uma noite  de comportamento completamente fora da realidade. Uma atitude de agir sem  controle, ausente de si mesma.
         Lembro de sair da cama por estar infeliz e procurar o computador sem objetivo e a TV idem, e ficar longe do quartinho e de tudo o mais.
Acordei no sofá e sem noção das coisas. Porque estava ali, e por que para ali fui.
Parecia ser tarde e Gabriel tomava o seu café, em silêncio, como sempre.
Fui para o quarto e deixei os fios, porta moedas e agenda em cima do fogão, e não percebi ter feito isso. só no dia seguinte é que me dei conta daquilo. Agi sem pensar e sem perceber.
Tentei pensar o porque fora para ali, e não sabia. Parecia que muito tempo já ocorrera. Estranhei e me senti perdida. Fui para o quarto, onde a principio fechei, para Neném não me seguir. Ela arranhou a porta e deu miau, ao que imediatamente levantei arrependida e abri para ela entrar e viver como todo dia é o seu jeito.
               Deitei e mergulhei num sono longo cheio de desconfianças de ter chegado  momento de morrer. Diminuída, ignorada e não amada pelos filhos, menos a Gu.
               Dormi profundamente e com a impressão de ter perdido o dia todo, o que não faria diferença e nada importava.
               Agora, café tomado, vim registrar este momento de perturbação marcado com ausência, perda do sentido do tempo, pensando que já passara uma noite e já era outro dia.
Tudo fora uma vivência fora da realidade. Uma ausência longa. 
E agora que escrevo, percebo ter sentido a falta de ser amada por qualquer alguém. Sou só.
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MLuiza
11/04/2017
 

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