Virei antidivorcista

Quando cheguei a Pesqueir, em 1964, logo depois do golpe miltar, tinha apenas 21 anos e era metido a evoluído. Por exemplo: era defensor intransigente do projeto de instituição do divórcio no Brasil do senador Nelson Carneiro, que tinha a rejeição da Igreja Católica à frene o deputado Monsenhor Arruda Câmara, que fora páróco de Pesqueira. Em todo cano que chegava e que se discuti-se esse assunto eu tomava partido em favor do divórcio, fato que foi me dando uma certa antipatia da maioria das pessoas. Simplesmente na cidade só havia de defensor do divórcio eu sózinho.

A Igreja todo dia nas missas ou reuniões, em qualquer atividade religiosa, metia o cacete no dívórcio. Acho que só o medo do comunismo era páreo para o divórcio. Havia também semanalmente conferêcias antidivorcistas. Erm três os conferencistas, todos eles casados, fiéis às esposas, exemplos de chefes de família. Numa dessas conferências pedi um aparte e perguntei a um deles se a pessoas humana que errava não merecia uma segunda chance de recomeçar a vida? A resposta curta e grossa. Não, no caso do divórcio, porque é uma traição à família, à Igreja, à moral e a Deus. Pego batido e ponta virada, defendeu o divórcio era traidor.

Mas o tempo, como dizia São Paulo é o senhor da razão, muita água correu por debaixo da ponte, o divórcio virou lei e o assunto foi encerrado. Mas para mim não. Depois de instiída a lei virei antivorcista.

Foi o que revelei certo dia em que estava numa festa e na mesa que eu estava havia um dos conferencistas do divórcio. Detalhe: todos os três conferencistas logo após a lei se divorciaram e recomeçaram nova vida. Então alguém me perguntou, brincando, lembrando a marcação que sofre por defender o divórcio e perguntou: -Bicho tu ainda defende o divórcio? Eu estava doidopor essa pergunta. Mandei ver: - Nõ, hoje, eu sou totlmente antidivorcista, eu acho que quem se divorcia trai à família, à Igreja e a Deus. Afgride os valores sagrados da sociedade. O carinhobaixou a cabeça e ficou murcho. Repeti isso várias vezes e sempre repito: a falsa moral me tornou antivorcista, mesmo possuindo tês irmas divorciadas. Vivo com muma mulhr há 42 nos e nunca vou me divorciar. Toda aquela excitação contra o divorio era falso moralismo. Nda mais do que isso. Eram traíras tirando onda de religiosos. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 11/04/2017
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