UM DOENTE NA FAMÍLIA...
     Não é fácil conviver com doentes na família. Quando o doente é uma criança bate ainda mais o desespero. O clima na residência fica sempre em baixa, dependendo da doença do estado de espírito do doente.
A rotina do lar está sempre mudando, para dar mais conforto, ou para adaptar-se as necessidades do doente e cuidador.
Não é nada fácil cuidar de uma pessoa doente, principalmente quando o doente vive em "depressão profunda" e não consegue se animar um pouco.
     Meu esposo sofre de um labirintite crônico, que tira dele todo o prazer de viver, não consigo animá-lo, ou tirá-lo de casa para dar uma voltinha nem em nossa casa de praia, o que seria muito bom para ele.
O pior é que ele se entrega ao desanimo total, e levamos os dias assim, ainda bem que ele ainda gosta de TV e de computador, aonde passa as manhãs, lendo notícias e outras matérias interessantes.
     Ele sempre foi quietão, tem a personalidade introspectiva, e pouco conversa com estranhos, não gosta muito em de receber parentes, a não ser a mãe e duas irmãs, nossos filhos... Ninguém consegue tirá-lo da quietude. Comigo ainda conversa muito, mas não se interessa pelo que vem de fora, e se transformou numa pessoa antissocial.
     O que há de bom nele é que não me proíbe de sair de vez em quando para visitar meus pais ou algum irmão. Mas vou com um peso imenso por deixa-lo sozinho. Aqui perto tem uma cozinha e ele pede marmita, já estamos acostumados de vez em quando pedir quando estou apertada de serviço.
     Ele me acompanha e leva ao médico, pois também faço vários tratamentos, e vamos aos super mercado, esta seria a minha vida se eu aceitasse ficar completamente reclusa, aliás sou reclusa, pouco saio.
     Cada um reage de um modo ás suas doenças, eu sou mais otimista, procuro rir, animar um pouco a casa, mas de vez em quando a energia cai muito. Então vou para meu computador e peço inspirações ao Divino Espírito Santo. Mas a barra não é fácil, somente o amor que é muito grande, pode ajudar, socorrer e dar força, pois as vezes o desanimo baixa em minha alma. Tenho o espírito animado, meu sorriso é fácil, amo conversar...Esta reclusão me faz tomar alguns antidepressivo para aguentar e não surtar. Para meu esposo está tudo bem, ele mora pertinho das irmãs e mãe e prefere assim, ficar em casa... Eu moro longe de meus filhos, de todos os parentes.
     Não é muito fácil viver assim não, e para completar a mãe dele sofre de demência senil e tenho que ajudar a cuidar também. Ele fica ainda mais doente e estressado em nossa semana de cuidar.
Enfim, de vez em quando escrevo sobre isso, pois desabafando sai um peso de dentro de mim e consigo respirar melhor. 
             Vou enfim carregando a minha rosa da vida...que é linda, mas tem lá seus espinhos também, na vida pessoal. Ainda bem que tenho uma família linda...e amor por meu adorado esposo. É o amor que nos ajuda no caminho davida, cumprir missões...
 
 
Norma Aparecida Silveira Moraes
Enviado por Norma Aparecida Silveira Moraes em 11/04/2017
Reeditado em 11/04/2017
Código do texto: T5967628
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