CRÔNICA – A CEF se transforma em agiota oficial monopolista – 08.04.2017
CRÔNICA – A CEF se transforma em agiota oficial monopolista – 08.04.2017
Não li e nem sei qual a definição de agiota contida nos nossos dicionários. Para mim se trata de pessoa, física ou jurídica, que usando de seus recursos, próprios ou de terceiros, explora, descaradamente o povo de seu país, e ainda faz propaganda enganosa de determinados produtos e serviços.
Numa medida de cunho altamente social, o governo brasileiro, esse ilegítimo que falam por aí, mandou que se liberasse o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço para empregados que deixaram seus empregos e não puderam sacar por motivos vários. Fez até um cronograma a ser observado para os saques, observando-se a data do nascimento do beneficiário, com o que se evitaria o congestionamento dos guichês da instituição.
A previsão inicial de liberação girava em torno de 40 bilhões de reais a serem injetados na nossa capenga economia, de sorte a melhorar um pouco as vendas do comércio, facilitar o pagamento de dívidas dos beneficiários, que são os primeiros passos para se retomar o nível de crescimento do PIB nacional, que anda baixo e continuará assim por algum tempo. Até porque o Produto Interno Bruto brasileiro sempre foi uma enganação, uma mentira deslavada. Ora, se o PIB é o resultado da soma do que tudo se produziu num período, isso falando seriamente, como é que se pode acreditar quando se gasta, por exemplo, R$ 600 milhões numa obra e nas despesas oficiais são lançados valores bem acima disso, digamos R$ 1 bilhão de reais, como é voz corrente na mídia, tendo como exemplo a construção de uma dessas luxuosas arenas futebolísticas. Pra quem foi o restante, ou seja, os R$ 400 milhões?
Claro que isso é somente um pequeno exemplo, mas vamos ao que nos interessa: Agora, a Caixa resolveu alterar o esquema de saques, antecipando-o, de sorte a que os beneficiários do dinheiro do FGTS possam ter em mãos mais cedo do que se esperava. Todavia, há um detalhe nisso tudo, qual seja: ela, que é monopolista desses recursos, faz um adiantamento ao pobre do trabalhador, cobrando a taxa exorbitante de 3,5% ao mês de juros, que em um ano poderá chegar a 50%, numa exploração patente dos mais fracos e desamparados, porquanto pagar juros por um dinheiro que é seu a uma empresa governamental é, para mim, um crime hediondo, mais propriamente se apossar indevidamente daquilo que não lhe pertence. E o melhor é que acha que está fazendo um grande benefício ao brasileiro tão carente de justiça e de garantia de seus direitos. Operação líquida e certa sem qualquer risco para a CEF.
O que mais me impressiona é que 503 deputados, 81 senadores e um Supremo Tribunal Federal não enxerguem um massacre dessa envergadura em plena luz do dia. Minha decepção é patente. Sinto apenas não ter poderes para mandar suspender essa ação verdadeiramente de agiotagem oficial. Talvez esse lucro absurdo possa cobrir os desfalques dados por quadrilhas de arrombadores de bancos, coisa que já é vulgar no nosso país.
Era o que tinha a dizer. Foi o que entendi da propaganda da TV,
Ansilgus