Existe ética no ato de matar?
Meus caros, hoje as maiores polêmicas se concentram em discussões éticas. Até onde podemos ir em cada âmbito da atuação humana? Religião, política, esportes, educação, filosofia, sexo. Temas como discussões raciais, de gênero, correntes de pensamento entre outros tantos dominam as controvérsias. Situação previsível, dada a natureza heterogênea da espécie humana. Mas, penso eu, até nas diferenças de pensamentos e opiniões deve haver limite.
As imagens repugnantes e monstruosas de crianças e adultos agonizando, sufocados lentamente pela paralisia gerada pelos mortíferos gases tóxicos, as chamadas armas químicas, trazem o que há de mais bárbaro na atuação humana para dentro de nossas casas. O quão terrível é presenciar, como se estivesse ao nosso lado, a morte invisível que espreita o ar de quem miserável e inutilmente tenta sobreviver nessas áreas de conflito. A mídia moderna expõe cruelmente o que a tecnologia da barbárie humana é capaz de fazer...
Mas o que dizer também das mortes "convencionais" perpetuadas pelas formas rotineiras de guerrear? Aquelas causadas por armas de fogo, bombardeios, ataques cirúrgicos, minas explosivas ou toda aquela retórica convencional. Inclusive muito mais frequentes do que as originárias de armas químicas. Encontrar uma criança morta ou teimosamente viva embaixo de um escombro... Um grande chefe de estado condena a morte de "lindos bebês" de forma tão vil. Outro atribui a presença do gás letal aos depósitos de terroristas. A maioria acha justificável a reação militar pelo ultrapassar dos limites do combate tolerável. Ou seria melhor dizer o bom combate?
Existe discussão possível sobre a ética de matar? Existe crime de guerra? Ou a guerra em si mesma já é o crime mais vil? Podemos opinar sobre quem merece ou não morrer desta ou daquela maneira? O sofrimento é menor para quem morre ou perde um ser amado de uma outra forma?
Sejamos éticos...