Cinéfilos, tudo está nos filmes.
...ou quase isto!
Quem não se impressiona com filmes? É clichê falar da Magia do Cinema. É inegável que esta produção industrial da ilusão seduz. Um bom filme é aquele que transporta o espectador para outra dimensão. E o mau filme causa repulsa, questionamentos, arrependimentos. Seja como for é necessário ter noção de linguagens para saber o que o produto cinematográfico quer dizer.
Entendendo ou não de cinema o público assiste! Sucesso de bilheteria, motivos de críticas, muxoxos de bocas, mas nada como ocupar o tempo assistindo a um filme. Falar bem ou meter a língua o povo gosta.
Fomos acostumados aos padrões estadunidenses e estranhamos outras. Se for brasileira, então, assistimos somente para criticar – quando assistimos. Talvez ocorra conosco o fato de engolirmos já mastigado aquilo que a indústria cinematográfica nos empurra goela abaixo: as papinhas doces dos Estados Unidos. Recusamos a produção quase artesanal brasileira de goiabada cascuda. Mas se formos atrás das receitas veremos que as papinhas são só comidas liquefeitas e que a cascuda sofreu todo um processo de coleta na árvore, cozimento, maceração e empacotamento. As papinhas são logo digeridas e artificiais. A goiabada pode até causar estranhamento na boca, mas se engolidas, são digeridas lentamente dando sustança.
Fui à despensa e resolvi saborear uma fatia desta goiabada cascuda chamada “O Bandido da Luz vermelha” de Rogério Sganzerla. Tive dificuldades em mastigar e engolir – achei que a história do tal seria contada como quase em um documentário. A digestão se deu quando procurei entender aquela linguagem que contava outra coisa que eu esperava ver. Procurei saber a fórmula, meio e ingredientes usados neste doce que está no rol dos cem melhores filmes brasileiros. Compartilho aqui minhas inferências comprovadas depois em bibliografia especializada.
O filme é da fase do Cinema Marginal. Chamado assim por não estar compromissado com investimentos governamentais ou de empresas. Por isto que aqueles acostumados com histórias lineares, glamorosas, esquemáticas não entenderam esta proposta.
O produtor e o diretor não queria contar a história factual do bandido e nem mistificá-lo – não é o que rouba para dar aos pobres e nem é o agente do mal.
O propósito desta obra cinematográfica é denunciar a mídia que vive de SENSACIONALISMO e interfere no trabalho da polícia ridicularizando-a e mitificando o bandido como demônio. Para esta mídia interessa a notícia pela notícia e vender mais para conseguir patrocinadores para sustentar o seu veículo: jornal, rádio e TV.
A história do bandido é apenas pano de fundo.
Os protagonistas são os radialistas. Para evidenciar isto o produtor e diretor apresentam o noticioso em forma de jogral e as cenas de bandido/polícia em cenas soltas.
Por ser arte, o filme não tem compromisso com a realidade: o bandido no filme suicida e o chefe de polícia morre acidentalmente ao seu lado.
O filme é uma denúncia sobre os danos da mídia que é a bandida por jogar luz – luz vermelha – que torce as investigações e provoca pânico na população.
...ou quase isto!
Quem não se impressiona com filmes? É clichê falar da Magia do Cinema. É inegável que esta produção industrial da ilusão seduz. Um bom filme é aquele que transporta o espectador para outra dimensão. E o mau filme causa repulsa, questionamentos, arrependimentos. Seja como for é necessário ter noção de linguagens para saber o que o produto cinematográfico quer dizer.
Entendendo ou não de cinema o público assiste! Sucesso de bilheteria, motivos de críticas, muxoxos de bocas, mas nada como ocupar o tempo assistindo a um filme. Falar bem ou meter a língua o povo gosta.
Fomos acostumados aos padrões estadunidenses e estranhamos outras. Se for brasileira, então, assistimos somente para criticar – quando assistimos. Talvez ocorra conosco o fato de engolirmos já mastigado aquilo que a indústria cinematográfica nos empurra goela abaixo: as papinhas doces dos Estados Unidos. Recusamos a produção quase artesanal brasileira de goiabada cascuda. Mas se formos atrás das receitas veremos que as papinhas são só comidas liquefeitas e que a cascuda sofreu todo um processo de coleta na árvore, cozimento, maceração e empacotamento. As papinhas são logo digeridas e artificiais. A goiabada pode até causar estranhamento na boca, mas se engolidas, são digeridas lentamente dando sustança.
Fui à despensa e resolvi saborear uma fatia desta goiabada cascuda chamada “O Bandido da Luz vermelha” de Rogério Sganzerla. Tive dificuldades em mastigar e engolir – achei que a história do tal seria contada como quase em um documentário. A digestão se deu quando procurei entender aquela linguagem que contava outra coisa que eu esperava ver. Procurei saber a fórmula, meio e ingredientes usados neste doce que está no rol dos cem melhores filmes brasileiros. Compartilho aqui minhas inferências comprovadas depois em bibliografia especializada.
O filme é da fase do Cinema Marginal. Chamado assim por não estar compromissado com investimentos governamentais ou de empresas. Por isto que aqueles acostumados com histórias lineares, glamorosas, esquemáticas não entenderam esta proposta.
O produtor e o diretor não queria contar a história factual do bandido e nem mistificá-lo – não é o que rouba para dar aos pobres e nem é o agente do mal.
O propósito desta obra cinematográfica é denunciar a mídia que vive de SENSACIONALISMO e interfere no trabalho da polícia ridicularizando-a e mitificando o bandido como demônio. Para esta mídia interessa a notícia pela notícia e vender mais para conseguir patrocinadores para sustentar o seu veículo: jornal, rádio e TV.
A história do bandido é apenas pano de fundo.
Os protagonistas são os radialistas. Para evidenciar isto o produtor e diretor apresentam o noticioso em forma de jogral e as cenas de bandido/polícia em cenas soltas.
Por ser arte, o filme não tem compromisso com a realidade: o bandido no filme suicida e o chefe de polícia morre acidentalmente ao seu lado.
O filme é uma denúncia sobre os danos da mídia que é a bandida por jogar luz – luz vermelha – que torce as investigações e provoca pânico na população.
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 19/03/2017.
ESCREVA PARA O AUTOR:
conversandocomoautor@gmail.com