Coca Cola contra Vodka
Boa tarde meus fieis 23 leitores e demais 36 que de vez em quando vem aqui no meu bar literário tomar umas cangibrinas e brigar comigo. A situação estava russa na Síria, até os tomahawk entrarem na peleia.
É a Coca Cola contra a vodka. Dá para misturar vodka com Coca Cola, mas não na Síria. O porre pode ser grande, gigantesco. Nuclear! Estou tomando uma Coca Zero no momento, mas não é adesão: é só cuidado com a diabetes. E Coca Zero tem gás, que foi o motivo alegado pelo presidente Trump para meter cinquenta tomahawks numa base aérea síria. O governo sírio teria feito um ataque aéreo com gás venenoso contra civis em áreas sob controle de opositores internos ao regime de Bashar al-Assad.
Seriam cerca de 80 as vítimas do ataque do governo, numa guerra civil onde cerca de 470 mil pessoas já teriam sido mortas. O ataque americano matou 4 militares. Essa é a cena. O governo sírio e a Rússia, sua aliada, negam o ataque com gás, afirmando que o bombardeio teria atingido um depósito rebelde onde o gás estava armazenado, daí a contaminação. Talvez nem uma investigação da ONU possa provar o que realmente aconteceu, pois, como dizem, numa guerra a verdade é a primeira vítima. Todavia, pergunto-me: por que Assad, que começou a vencer o conflito depois do apoio russo, iria usar gás tóxico para colocar contra si a opinião internacional? Mas como o Silva me disse: - Tunico, esses caras são malucos. Pode ser. Mas seriam tão burros assim, nesse momento? Claro, o governo sírio já usou armas químicas antes, tinha (ou tem) um arsenal delas, que supostamente foi destruído. Mas imaginem: com quase 500 mil mortos, importa qual a armamento que está sendo usado nesse genocídio?
Os personagens são: os rebeldes, que seriam indiretamente apoiados pelos EUA e Turquia (menos os curdos, apoiados por EUA e combatidos por turcos); o governo de Bashar al-Assad, apoiado diretamente por russos e iranianos; e o pessoal do Estado Islâmico, que a todos combate, aproveitando o caos. Uma grande e confusa briga de cachorros grandes e pequenos, todos eles bravos e mordedores. Quem se dana é o povo da Síria e quem ganha é quem disputa o poder interno e o controle geopolítico do país, nesse último caso as grande potências.
E é aí que a guerra agora preocupa o mundo, da Groenlândia ao Brasil. Imaginem uma guerra nuclear entre russos e estadunidenses? A Rússia vetou no Conselho de Segurança da ONU uma condenação da Síria, e os EUA resolveram partir para uma "ação humanitária" por conta própria. O caos humanitário é uma perversa realidade no país há 6 anos, quando tudo começou. Todavia, é para se desconfiar que Trump tenha feito o ataque para aumentar sua popularidade interna no país, que está em baixa, assim como o Temer aí no Brasil. Guerras com um motivo nobre, tipo uso de gás contra civis, rende popularidade na Terra do Tio Sam.
Com isso, Trump também manda um recado pra Putin, presidente russo: não temos limites em nossa política externa. A questão é: onde tudo isso pode dar? Trump é um grande empresário vaidoso que tem um grande ego e se acha o cara. E é: virou presidente contra todos os prognósticos e contra até os caciques do Partido Republicano. Contra até os eleitores americanos, eis que fez um número menor de votos que a sra Clinton, sendo eleito pela forma como é organizada a eleição nacional, com as pessoas elegendo delegados por estado, onde quem faz mais votos leva todos. Repete Bush filho, que já havia sido eleito assim.
Putin é um circunspecto ex-agente da KGB que virou politico e se perpetua no poder, de eleição em eleição. Tem fama de estadista. Assim, é a luta do predador contra o jogador. A Coca Cola contra a vodka.
Pode ser que Trump tenha apenas feito uma jogada internamente demagógica e externamente tática, a fim de apresentar suas credenciais à Rússia, sem ter mesmo a intenção de entrar de cabeça no conflito, confrontando a posição russa no cenário. Só o tempo dirá. Até lá, sem Coca com vodka na Síria.
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Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.
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(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 23 de outubro de 2013: "23/10/2013 00:18 - Giustina
Oi, Antônio! Como hoje não é mais aquele hoje, acredito que não estejas mais chateado... rsrrs! Quanto ao teu blog, sugiro que continues a divulgá-lo, afinal, numa dessas tu lembras tua senha... Grande abraço".)